Passageira de aplicativo de corrida pula do carro em movimento para fugir de assédio do motorista
Segundo ela, o homem teria pedido para fechar as janelas para "eles ficarem juntinhos" após desviar da rota do caminho
Uma passageira do aplicativo de corrida revelou que pulou do carro em movimento, na terça-feira (9), para fugir do assédio do motorista. Segundo ela, o homem teria pedido para fechar as janelas para "eles ficarem juntinhos" após desviar da rota do caminho. O caso aconteceu na Zona Leste da Capital Paulista, na Marginal Tietê. As informações são do G1 São Paulo.
Beatriz Bellinetti, de 25 anos, relatou que estava com uma amiga em um shopping quando às 22h pediu um carro pelo aplicativo. "Entramos no Uber conversando. O motorista começou a entrar na conversa, dar opinião. Ele estava bastante agitado, mas até aí tudo bem, achei que fosse um cara brincalhão. Já tinha encontrado motoristas que gostavam de conversar mais. Ficamos tranquilas, mas ele começou a falar bem alto para interromper nossa conversa", contou.
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Perto da parada da amiga, que seria a primeira a descer, o motorista teria começado a ser mais incisivo. "Ele começou a falar alto e pedir para ela olhar para ele, começou a agir de forma bastante incisiva. Ficamos muito assustadas, mas aí ele fez uma brincadeira e rimos de nervoso. Minha amiga desceu e eu quase desci também, ele já estava meio estranho e eu já estava com um sensação... Mas eu já estava tão perto da casa dos meus pais, achei que fosse coisa da minha cabeça. Só que aí que começou a ficar bizarra a situação", relatou.
Conforme ela, o homem começou a dirigir de maneira perigosa enquanto olhava para ela de um jeito constrangedor. "Ele começou a falar que agora estávamos só os dois no carro e que tudo o que acontecesse comigo aconteceria com ele também e que a gente teria de se proteger. Eu estava nervosa. Ele corria muito, jogou o carro na calçada, mas até aí estava no caminho até minha casa".
Após isso, a jovem afirmou que ligou para o pai para avisar que já estava chegando em casa e que o motorista disse para ela fechar a janela para " ficar juntinho e ninguém roubar". As coisas se complicaram quando o rapaz saiu da rota e mudou o caminho, indo na direção oposta do destino escolhido por ela. “Quando subiu na ponte eu avisei que o caminho estava errado e que não era o caminho que estava na rota. Ele me ignorou, começou a correr e falou que era para eu ter paciência e ficar tranquila que ele sabia muito bem onde estava e que logo chegaríamos. Eu já estava no desespero e com meu pai no celular ouvindo tudo e comecei a pedir para ele parar o carro porque eu ia descer".
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Ainda de acordo com ela, o motorista afirmou que não iria parar. "Eu estava atrás do motorista e ameacei me jogar, ele falou que eu estava louca, mas eu puxei para abrir a porta e nem vi se estava vindo carro atrás, protegi a cabeça com os braços, me joguei e saí rolando na pista”, relatou. Ela se direcionou até um posto policial que estava no caminho e ouviu que nada poderia ser feito pois nenhum crime havia sido cometido.
Em nota, a Polícia Militar informou que "os agentes realizaram atendimento à vítima na base e ofereceram uma viatura para acompanhá-la". Já a Uber comunicou que repudia qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater e denunciar casos de assédio e violência. O motorista teve sua conta desativada da plataforma.
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