Padre suspeito de violência sexual é flagrado agredindo ex-seminarista

Agressões aconteceram dentro das dependências do Seminário

O Liberal
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Imagens de vídeo mostram o padre Ismael Almeida Santana, de 31 anos, ex-reitor do Seminário Propedêutico Nossa Senhora do Socorro, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, ameaçando e agredindo o ex-seminarista João (nome fictício). As agressões aconteceram dentro das dependências da instituição. As informações são do portal UOL.

O ex-seminarista de 28 anos acusa o padre de violência sexual. Ele  fez denúncia ao tribunal eclesiástico da diocese de Mogi das Cruzes no dia 26 de fevereiro. O padre foi afastado de suas funções na mesma data. Segundo a Igreja, o caso é grave e há uma investigação canônica em andamento.

João também entrou com processos na Justiça contra a própria diocese de Mogi das Cruzes, contra o bispo dom Pedro Luiz Stringhini e contra o vigário geral da cúria, monsenhor Antônio Robson Gonçalves. Ele alega que há acobertamento por parte dos clérigos e da instituição.

Choro

Nas imagens que registraram as agressões, João pede para sair do local em que está com o padre Ismael, que é a casa do clérigo dentro do seminário. Chorando, ele anda de um lado para o outro e insiste que o padre Ismael abra a porta. O padre puxa João pelo braço e o empurra. "Você está me machucando!", repete três vezes. O padre pega no queixo de João, aperta e o empurra novamente.

Em outra parte do vídeo, o padre Ismael tranca a porta, tira a chave e apaga a luz enquanto João caminha pelo cômodo, no escuro. Em uma terceira parte, o padre pega novamente o homem pelo pescoço. "Você está me enforcando. Você vai me matar", fala João. O padre o derruba e a tela fica preta.

Em seu depoimento ao tribunal eclesiástico, Ismael, que é padre desde 2018, diz que teve envolvimento afetivo com o ex-seminarista. Ele afirma que João não aceita o fim do relacionamento e por isso teria feito as denúncias. O padre reconheceu que errou, se disse profundamente arrependido e pediu perdão à igreja, segundo os documentos da investigação interna da Igreja. O padre nega que tenha tido relacionamento sexual com outros seminaristas.

Em nota enviada à reportagem, a diocese de Mogi das Cruzes afirma que "o sacerdote foi imediatamente suspenso do uso de ordens e destituído dos ofícios eclesiásticos por tempo indeterminado e até que sejam devidamente apurados os fatos e responsabilidades mediante procedimentos jurídicos canônicos imediatamente instaurados e em andamento" e que as decisões das esferas eclesiástica e civil serão acatadas pela diocese.

 

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