Mulher trans deixada sedada em clínica durante incêndio morreu por inalação de fumaça
Isso é o que aponta o prontuário emitido pelo Hospital de Clínicas; funcionários não tiraram a vítima do local durante o fogo
Lorena Muniz, mulher transexual de 25 anos, morreu por inalação de fumaça tóxica. Isso é o que aponta o prontuário médico do Hospital das Clínicas, local em que Lorena ficou internada por cinco dias até ser confirmada sua morte cerebral. De acordo com os médicos, conforme o prontuário obtido pelo G1, "a paciente sedada em mesa cirúrgica para procedimento inalou fumaça e teve parada cardiorrespiratória de 17 minutos no total".
Como possível causa do óbito, o hospital aponta intoxicação por monóxido de carbono e cianeto, encefalopatia anóxia secundário por parada cardiorrespiratória. Ou seja, segundo a equipe médica, em razão da intoxicação, Lorena ficou sem oxigenação no cérebro e teve uma parada cardiorrespiratória por 17 minutos. Sua morte cerebral foi confirmada no domingo (21), cinco dias após o ocorrido (17).
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) ainda será divulgado. A Polícia Civil investiga o caso como incêndio e homicídio culposo, crime no qual não há intenção de matar.
O CASO
Lorena estava em uma clínica de estética já sedada para uma cirurgia de implante de silicone. Quando as chamas começaram no local, a paciente não foi retirada de lá. A clínica nega omissão de socorro e alega que seguiu orientações da Polícia Militar de que a paciente deveria ser retirada pelo Corpo de Bombeiros.
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