Mulher foi mantida em cárcere privado e torturada pelo namorado por três dias

Caso aconteceu na Zona Sul do Rio de Janeiro. Agressor foi preso pela polícia

O Liberal
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Policiais da 12ª DP (Copacabana), na Zona Sul do Rio de Janeiro, prenderam um homem que torturou e manteve a namorada, a jornalista Ana Luíza, em cárcere privado. As agressões teriam durado três dias. De acordo com a polícia, Fred Henrique Lima Moreira permaneceu calado durante o depoimento. As informações são do G1 Rio de Janeiro. 

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A vítima relatou que já havia denunciado agressões anteriores à polícia

A delegada responsável pelo caso, Natacha Oliveira, explica que a vítima compareceu à delegacia na última sexta-feira (29), com muitos sinais evidentes de lesões corporais - principalmente na região da face. “Ela informou que, durante esses três dias, o Fred a manteve em cárcere privado e a espancou várias vezes. Além da agressão física, ela também foi submetida à tortura psicológica".

Ana Luíza conseguiu fugir na sexta-feira (29) após Fred sair de casa e não trancar a porta. Ela afirmou que temeu pela própria vida no período em que ficou presa. "Eu reagi. A gente às vezes dá um 'start' [início] na nossa vida que a gente não pode perder tempo. Me deu aquele: 'É agora ou eu vou morrer'. E eu ia morrer", disse. Veja imagens de uma câmera de segurança que mostram o momento exato em que a jornalista conseguiu fugir do apartamento e correr para fora do prédio:

 

 

Momentos de desespero

Em depoimento à polícia, a jornalista relatou que as agressões começaram na noite do dia 26, quando ela foi à casa do namorado. Lá os dois iniciaram uma discussão porque ele insistia em acusá-la de infidelidade. Das acusações verbais pra as agressões físicas foi apenas um passo. Ana Luíza recebeu golpes de cassetete nas pernas, nas costas e na cabeça, o que fez com que ela perdesse a consciência e só acordasse no dia seguinte.

Ao acordar, tentou gritar por ajuda, mas percebeu que havia fraturado o maxilar — o que a impedia de falar e mastigar. Foi quando sofreu uma nova agressão: um mata-leão, que se repetiu nas outras duas vezes em que tentou pedir socorro. No terceiro dia, ela tentou fugir correndo em direção à porta do apartamento, mas foi impedida pelo namorado, que a puxou pelos cabelos e arremessou no chão, além de golpeá-la na cabeça até que ela desmaiasse.

Somente no dia 29, aproveitando um momento de distração do agressor que esqueceu a porta do apartamento aberta é que Ana Luíza conseguiu fugir e foi direto para a delegacia de Copacabana, onde registrou um boletim de ocorrência.

Ana Luíza permaneceu internada até quarta-feira (4) e exames constataram um traumatismo craniano e fratura na mandíbula. "Foi ciúme, misturado com loucura. Ele cria histórias na cabeça dele - falou que tinha clonado meu celular. Ele inventou um motivo e partiu para cima de mim - está aqui o resultado. Estou com uma mandíbula de titânio, estou torta”, declarou a vítima.

Policiais fizeram uma busca no apartamento de Fred e encontraram um bastão retrátil e um soco inglês, que segundo a delegada foram utilizados na agressão. Também foi encontrada uma réplica de pistola.

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