Mulher é resgatada da casa de pastor após 32 anos de trabalho análogo à escravidão e abusos sexuais
Ela chegou à casa do religioso quando ainda era adolescente e afirma que sofreu abuso e assédio sexual
Uma mulher, de 28 anos, foi resgatada por agentes do Ministério Público do Trabalho da casa de um pastor em Mossoró, onde alega ter trabalhado durante 32 anos, em regime análogo à escravidão e ter sofrido diversos abusos, inclusive sexuais. Os fiscais afirmam que a mulher chegou à casa do religioso quando ainda era adolescente, com 16 anos. As informações foram divulgadas pela Catraca Livre.
O acusado, o pastor Geraldo Braga da Cunha, da Assembleia de Deus, negou todas as acusações e afirmou que a mulher era “tratada como se fosse uma filha” e que o relacionamento era “consensual”.
O Ministério do Trabalho e Previdência recebeu a denúncia através de uma conta no Instagram, mantida pelo Instituto Trabalho Digno. Uma equipe de fiscalização foi enviada ao local e considerou a ocorrência de trabalho forçado, condições degradantes e jornadas exaustivas.
A mulher recebia moradia, comida, roupa e alguns presentes em troca dos serviços domésticos da casa, no entanto, nunca recebeu salário ou teve conta bancária. Além disso, a mulher não tinha direito a férias e nem interrompia os afazeres aos finais de semana.
Além dos salários atrasados e verbas rescisórias, que chegam a R$ 88 mil, pois parte da dívida já prescreveu, o Ministério Público do Trabalho pede R$ 200 mil em danos morais individuais para a mulher, valor condizente com a baixa renda da família.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA