Mulher é morta a tiros após gravar vídeo citando marido: 'Ele é abusivo e quer atirar em mim'

Nas gravações, Mônica Cavalcante mencionou o nome de Leandro Pinheiro Barros, acusando-o de tê-la agredido várias vezes, tanto física quanto psicologicamente

O Liberal

Uma mulher foi assassinada a tiros em frente ao fórum de São José da Tapera, em Alagoas, na manhã do último domingo (18), momentos após gravar um vídeo em que afirmava que seu marido pretendia matá-la. A vítima foi identificada como Mônica Cavalcante, de 26 anos, e o crime ocorreu por volta das 5h, na calçada do Fórum de Justiça, próximo à sua residência. Mônica deixa dois filhos.

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As cenas de violência foram registradas pelo celular da amiga da vítima, que denunciou o crime de violência doméstica para a polícia

As autoridades policiais estão em busca do marido, apontado como o principal suspeito do feminicídio, mas até o momento ele não foi localizado.

Três vídeos contendo os relatos da vítima foram encontrados em seu celular. Nas gravações, Mônica mencionou o nome de Leandro Pinheiro Barros, acusando-o de tê-la agredido várias vezes, tanto física quanto psicologicamente. Ela mencionou que a raiva do marido foi desencadeada por uma suposta "brincadeira boba", sem fornecer detalhes sobre o episódio nos vídeos.

Em meio às lágrimas, Mônica pediu desesperadamente por ajuda, afirmando que o marido era abusivo e tinha intenções de atirar nela. Em um dos vídeos, ela disse: "Era um relacionamento extremamente abusivo. Me desculpem se alguém está triste com esse vídeo, mas não fiquem. Eu só estou tentando me esconder dele". Em outro momento, acrescentou: "Fiz de tudo para que pudéssemos ser felizes, mas não deu".

Além disso, Mônica deixou uma mensagem para mulheres que sofrem violência doméstica, encorajando-as a não aceitarem a situação. Ela ressaltou que todas merecem ser felizes e ter paz, enfatizando que não é culpa delas passarem por esse tipo de situação. Por fim, expressou sua paz de espírito caso algo lhe acontecesse, acreditando que havia feito tudo o que estava ao seu alcance.

De acordo com um familiar, Mônica havia se separado temporariamente do marido suspeito do crime, mas recentemente havia tentado reconciliar o casamento.

Denuncie violência doméstica

É importante ressaltar a importância de buscar ajuda em casos de violência doméstica. Ao testemunhar agressões contra mulheres, é fundamental ligar para o número 190 e denunciar. Além disso, é possível fazer denúncias por meio do número 180, que corresponde à Central de Atendimento à Mulher, e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Outras opções incluem o aplicativo Direitos Humanos Brasil (Android e iOS) e a página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

A maioria dos casos de violência doméstica são cometidos por parceiros ou ex-companheiros das vítimas, mas a Lei Maria da Penha também abrange agressões perpetradas por familiares.

Vítimas de violência doméstica têm até seis meses para realizar a denúncia e buscar proteção.

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