Mortes por intervenção policial sobem mais de 100% em uma década no Brasil, diz Anuário de Segurança

Somente em 2023, foram 6.393 casos resultados da letalidade de agentes do estado – em média, 4 dessas 5 pessoas eram pretas ou pardas

O Liberal
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O total de mortes provocadas por intervenção policial no Brasil cresceu 188,9% em 10 anos, como apontam dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Somente em 2023, foram 6.393 casos resultados da letalidade de agentes do estado – em média, 4 dessas 5 pessoas eram pretas ou pardas.

Ainda de acordo com o balanço, isso significa dizer que as chances de uma pessoa negra morrer em uma intervenção policial é 3,8 vezes superior ao de um branco, de acordo com o estudo. Também há um predomínio de gênero – 99,3% são do sexo masculino – e de faixa etária, com 71,7% das vítimas entre 12 e 29 anos.

Além disso, dos 127 policiais assassinados em 2023, 69,7% eram negros, 96% do sexo masculino e mais da metade (51,5%) tinha de 35 a 49 anos. A boa notícia é que a perda de agentes de estado no ano passado caiu 18,1%, mas houve alta de 26,2% nos casos de suicídios de policiais, com 118 registros.

Estados

No recorte por estados, o Amapá registrou 173 mortes por intervenção policial, mas por se tratar de uma população pequena, atingiu-se no ano passado a maior taxa por 100 mil habitantes, com 23,6 casos. Em seguida, vem a Bahia, com 12 mortes por intervenção policial a cada 100 mil habitantes (1.699 casos em números absolutos), e São Paulo, com 229 mortos e taxa de 10,4 a cada 100 mil paulistas.

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Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta quinta-feira (18)

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Pela primeira vez, os pesquisadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública destacaram a proporção da letalidade policial no total de mortes violentas intencionais (MVIs) dos municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Com isso, é possível comparar se mais pessoas morrem em decorrência da criminalidade ou se em casos de intervenção policial.

Quando se leva em conta o ranking das 10 cidades com maior letalidade policial, notam-se proporções bastante distintas e casos em que os agentes de estado respondem por mais da metade das MVIs. É o caso da primeira colocada, Jequié (BA), com 55,2% de mortes provocadas por intervenção policial. Na segunda posição, Angra dos Reis (RJ), a proporção é ainda maior, 63,4%.

A única capital da lista, Macapá (AP), registra 4 em cada 10 assassinatos da cidade ocorridos em intervenção policial. Em dois municípios sergipanos, Itabaiana e Lagarto, a proporção também supera a metade, com 63% e 54,3%, respectivamente.

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