Ministério da Saúde recomenda testes rápidos para diagnóstico de dengue
O aumento exponencial de casos da doença no país foi base para essa decisão
Nesta terça-feira (12), o Ministério da Saúde passou a recomendar o uso de testes rápidos para diagnóstico e fechamento de casos de dengue. De acordo com a pasta, foi elaborada uma nota técnica para orientar estados e municípios sobre o uso de testes rápidos para dengue.
Em entrevista coletiva, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, informou que a pasta já iniciou a compra dos testes para distribuir aos estados e municípios. Ainda de acordo com a secretária, outros testes para diagnóstico de dengue, como o RT-PCR, amplamente utilizado durante a pandemia de covid-19, são mais sensíveis na detecção do vírus. No entanto, diante da explosão de casos de dengue no país, o Ministério da Saúde decidiu recomendar teste rápido para o diagnóstico de dengue com a devida orientação aos profissionais de saúde das redes estaduais e municipais.
VEJA MAIS:
Marília Santini, coordenadora-geral de Laboratórios de Saúde Pública, explica que o teste rápido recomendado pelo ministério deve ser realizado entre o primeiro e o quinto dia de sintomas, período em que a maioria dos pacientes busca um serviço de saúde. Mesmo em casos de resultado negativo, o paciente deve ser monitorado e ações estratégicas, como a hiper-hidratação, devem ser adotadas, reforçou.
Porém, a coordenadora ressalta que em casos graves e mortes suspeitas por dengue, a orientação da pasta permanece sendo a realização de exame laboratorial, e não do teste rápido, uma vez que este tem limitações, como a incapacidade de rastrear o sorotipo de dengue que causou o agravamento do quadro ou o óbito do paciente.
Autoteste
Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, bem com, Marília Santini, confirmaram também tratativas do Ministério da Saúde com a Anvisa para comercialização de autotestes para dengue no Brasil.
“Tivemos duas reuniões com a Anvisa”, disse Marília, ao detalhar que o teste rápido e o autoteste são essencialmente o mesmo dispositivo, sendo o primeiro é conduzido por um profissional de saúde e o segundo, pelo próprio paciente.
Marília lembrou que, diferentemente do cenário de covid-19, em que o autoteste contribui para interromper a transmissão do vírus por meio do isolamento, o autoteste de dengue não contribui nesse aspecto, já que a doença só pode ser transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. “A gente ainda está iniciando uma discussão técnica.”
Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do núcleo de Atualidades)
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA