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Mapa indica que o Pará e mais 7 unidades federativas estão com qualidade do ar 'insalubre'

Empresa suíça que monitora condições atmosféricas em todo mundo aponta caso mais grave em Rondônia, no Norte do país, com grande quantidade de fumaça no ar

O Liberal
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 Um mapa revelou que o Pará e mais sete estados brasileiros, assim como o Distrito Federal, apresentam qualidade do ar classificada como "insalubre", de acordo com a empresa suíça de tecnologia IQAir de monitoramento global das condições atmosféricas. 

Estão também entre os estados: São Paulo, que registrou alta no caso de incêndios desde a última quinta-feira, além de Goiás, Minas Gerais, Amazonas, Acre, Rondônia e Tocantins. Segundo a medição, a qualidade do ar é boa com índices entre 0 a 40, moderada de 41 a 80, ruim de 81 a 120, muito ruim de 121 a 200, e péssima acima de 200. O mapa demonstra esses locais em cor vermelha acentuada.

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Os piores índices estão em Rondônia e Acre, com índices acima de 200 nas capitais Porto Velho e Rio Branco. Em Brasília os índices são de 131, Goiânia, 151 e Uberaba, no Triângulo Mineiro, 154.

Fumaça que atinge São Paulo chega a Brasília

image Brasília (DF) coberta de fumaça. (Foto: Cristiano Mariz | Agência O Globo)

Brasília amanheceu neste domingo coberta de fumaça. E a causa desse fenômeno não pode ser atribuída à seca no Distrito Federal, onde não chove há mais de 120 dias. Segundo o centro de comunicação social do Corpo de Bombeiros, esse cenário se deve aos incêndios que devastam parte do Pantanal, da Amazônia e de estados como São Paulo.

Em um balanço divulgado pelos bombeiros, de janeiro a meados deste mês, houve 4.073 ocorrências de incêndios em todo o DF. O número corresponde a um total de 24 a mais que no mesmo período do ano passado e atingiu 8.893 hectares, o correspondente a quase 9 mil campos de futebol.

Já em São Paulo, o governo estadual de São Paulo confirmou ontem que 21 cidades enfrentam focos ativos de incêndio, e, ao todo, 46 municípios estão em alerta máximo para queimadas e são monitorados. A região de Ribeirão Preto segue como uma das mais críticas, e chegou a fechar o aeroporto na manhã de domingo.

Em Goiânia, ao menos 26 voos foram cancelados ou desviados neste domingo devido à fumaça que tomou a capital de Goiás.

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), por meio de nota, informou que o estado "vem alcançando resultados significativos na redução do desmatamento, o que contribui para a redução das queimadas, com efeitos na qualidade do ar". De acordo com a Semas, entre 2023 e 2024, o estado "registrou redução de 42% nos alertas de desmatamento, a maior redução da Amazônia Legal, segundo dados oficiais do INPE, e está na terceira prorrogação do Decreto de Emergência Ambiental, que garante o reforço de ações para a proteção da floresta".

Um problema histórico que causa prejuízos a saúde

O professor Rafael da Silva Palácios, da Faculdade de Meteorologia da UFPA, explica que os resultados apontados na pesquisa mostram o efeito direto das queimadas que ocorrem ao norte do estado do Mato Grosso e na região sul do Pará. “A queima de biomassa na região libera para atmosfera grandes quantidades de gases e partículas que são prejudiciais tanto ao meio ambiente quanto para saúde da população”, afirma.

Historicamente, essas regiões são afetadas pelas queimadas todos os anos no período de estiagem na região conhecida por Brasil Central, entretanto, a seca e as queimadas severas de 2023 deixaram assinaturas na vegetação que ainda não foram superadas, conforme detalha o professor.

“O início da estiagem em 2024, associado aos extremos de temperatura do ar favorece novos episódios de queimadas. Essas emissões contêm uma alta concentração de PM2,5, que são partículas finas (diâmetro médio menor que 2,5 micrometros) que são associadas diretamente com a qualidade do ar. A Organização Mundial da Saúde recomenda concentrações médias diárias de PM2,5 abaixo de 15 microgramas por metro cúbico (ug/m-3). Entretanto, durante o período de queimadas esses valores excedem muito a recomendação com concentrações diárias que ultrapassam a 120 ug/m-3 em algumas regiões da Amazônia”, alerta.

O professor reforça que não existe uma solução imediata para controlar a qualidade do ar, sendo necessário pensar em ações planejadas que evitem as diversas formas de emissões dessas partículas. “Para o caso das emissões de queimadas, a solução é um monitoramento ativo e atividades preditivas ao combater incêndios florestais ilegais, assim como o mapeamento de áreas fragilizadas e susceptíveis ao fogo”, afirma.

Já em áreas urbanas, o professor aponta para recomendações que, em médio e longo prazo, são investimentos em políticas públicas que priorizem a criação de áreas verdes no espaço urbano, investimento em transporte público e incentivo às atividades industriais que minimizem as emissões de poluentes.

O docente explica também que no simples ato de respirar, injetamos essas partículas no nosso organismo, com efeitos de curto ou longo prazo que podem danificar nossos pulmões, corações e cérebros e causar uma série de outros problemas de saúde.

“Um alerta para a população que está vivendo nessas regiões seria a utilização de máscaras faciais e limpezas constantes no sistema de refrigeração, seja nos filtros do ar-condicionado ou nas hélices do ventilador. A exposição a essas partículas, mesmo a curto prazo, pode ser extremamente prejudicial à saúde”, recomenda o especialista.

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