Mãe de paciente estranhou como filha voltou de cirurgia após ser sedada por médico preso por estupro
Médico foi detido em flagrante após a divulgação de imagens que mostram ele abusando de paciente durante uma cesariana
A mãe de uma outra paciente que havia sido sedada pelo anestesista Giovanni Quintella de 32 anos, relatou à TV Globo que também estranhou como a filha voltou da mesa de cirurgia. O médico foi detido em flagrante após a divulgação de imagens que mostram o profissional abusando de uma paciente durante cesariana. As informações são do portal G1 Nacional.
“Quando minha filha veio da mesa de cirurgia, ainda desacordada, ela veio suja. Percebi sobre o rosto e sobre o pescoço dela algumas casquinhas secas, brancas. Eu não sabia o que era. Achava que era algum medicamento que tinha entornado”, contou.
Ainda segundo a mãe, a paciente disse a ela que “todo o tempo o Giovanni [anestesista] ficou perto da cabeça”. ["Ela disse]: 'Eu, meio sonolenta, falei pra ele: por que eu tô com tanto sono assim?”, relatou a mãe. “E ele todo o tempo falando: ‘Não, fica calma, relaxa, dorme, fica tranquila’”.
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A mãe da paciente foi ouvida pela polícia na tarde desta segunda-feira (11).
A delegada responsável pelo caso se disse estarrecida com o que está apurando na investigação. “Nunca tinha visto nada parecido. A gente tem 21 anos de atuação na polícia, acostumados com atrocidades, toda sorte de violência”, disse a delegada Bárbara Lomba.
Funcionárias desconfiaram e gravaram
Um grupo de funcionários do Hospital da Mulher Heloneida Studart decidiu gravar a terceira cesárea para qual o anestesista Giovanni estava escalado no domingo (10) após notar, nas duas cirurgias anteriores, um comportamento estranho do médico.
Uma das funcionárias relatou à polícia que “Giovanni ficava sempre à frente do pescoço e da cabeça da paciente, obstruindo o campo de visão de qualquer pessoa” na sala de cirurgia.
Ela e outros funcionários pegaram um celular e o posicionaram em um armário com portas de vidro, mas não acompanharam o procedimento e só viram o flagrante quando pegaram o telefone, razão pela qual não puderam interromper o crime.
Durante o depoimento, a funcionária também contou que o anestesista sedava “de maneira demasiada” e que “as pacientes nem sequer conseguiam segurar os seus bebês” após o parto.
Na segunda operação do domingo, de acordo com a funcionária, “Giovanni usou um capote aberto nele próprio, alargando sua silhueta, e se posicionou de uma maneira que também impedia que qualquer pessoa pudesse ver a paciente do pescoço para cima”.
“Giovanni, ainda posicionado na direção do pescoço e da cabeça da paciente, iniciou, com o braço esquerdo curvado, movimentos lentos para frente e para trás. Pelo movimento e pela curvatura do braço, pareceu que estava segurando a cabeça da paciente em direção à sua região pélvica”, disse a testemunha.
O vídeo que as enfermeiras e técnicas do Hospital da Mulher gravaram serviu de prova para a prisão em flagrante.
Entidades reagem
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu nesta segunda-feira (11) um processo para expulsar Giovanni.
A Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde, a que o Hospital da Mulher de Vilar dos Teles, em São João de Meriti, está subordinado, repudiaram em nota a conduta do médico anestesista.
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política).
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