Liderança quilombola, mãe de santo é morta a tiros em terreiro
No mês passada, Bernadete Pacífico, de 72 anos, denunciou à presidente do STF, Rosa Weber, ameaças e violências contra a comunidade quilombola
A liderança quilombola Bernadete Pacífico, de 72 anos, conhecida como mãe Bernadete, foi assassinada a tiros na noite de quinta-feira (17), na Região Metropolitana de Salvador. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, dois homens usando capacetes entraram no imóvel da associação quilombola onde a vítima estava e efetuaram disparos com arma de fogo.
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Um mês antes, em julho deste ano, durante um encontro com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, na comunidade Quingoma, em Lauro de Freitas, também na Região Metropolitana de Salvador, Mãe Bernadete denunciou ameaças e violências contra a comunidade quilombola.
A Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) observou que Bernadete atuava na linha de frente para solucionar o caso do assassinato do seu filho Binho e “bravamente enfrentou todas adversidades que uma mãe preta pode enfrentar na busca por justiça e na defesa da memória e da dignidade de seu filho”.
Flávio Gabriel dos Santos, o Binho do Quilombo, também foi assassinado por homens armados na área do quilombo, em 2017.
Mãe Bernadete
Mãe Bernadete era conhecida por sua defesa da cultura popular quilombola. Ialorixá, líder religiosa da comunidade Pitanga dos Palmares, e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), ela foi titular da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na cidade de Simões Filho, onde fica o terreiro, durante a gestão do prefeito Eduardo Alencar (PSD) (2009-2016).
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