Extrativistas do Amapá iniciam exportação de açaí em pó; Pará é um dos maiores exportadores do fruto

Ao todo, o Brasil exportou 68,8 toneladas de açaí no ano passado, sendo 71% desse total oriundo do Pará.

O Liberal
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Extrativistas do arquipélago de Bailique, no Amapá, realizarão a primeira exportação direta de açaí para os Estados Unidos neste ano com a contratação inicial de 10 toneladas do produto liofilizado - um processo de beneficiamento que permite comercializar a polpa em pó. O volume supera o total exportado pelo Estado em 2023, quando foram embarcadas 3,9 toneladas do produto, segundo dados do Ministério da Agricultura. Ao todo, o Brasil exportou 68,8 toneladas de açaí no ano passado, sendo 71% desse total oriundo do Pará.

Os EUA são o principal mercado, destino de mais de 90% das exportações, hoje realizadas em grande maioria por grandes empresas que adquirem a produção de comunidades extrativistas ou de grandes produtores que cultivam o açaí plantado.

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No caso de Bailique, o contrato de exportação foi realizado diretamente pelos produtores por meio de cooperativa fundada em 2017, a AmazonBai, hoje com 144 cooperados. O negócio, segundo o presidente da cooperativa, Amiraldo Picanço, deve garantir um retorno de R$ 2,4 milhões à comunidade e elevar a produção local de 75 toneladas anuais para 350 toneladas este ano.

“Diferente de uma empresa, em que o lucro é dividido entre os donos, no nosso caso o resultado será repartido de forma justa e equitativa entre todos”, observa Amiraldo. Ele calcula que para cada tonelada de açaí em pó, a cooperativa precisará beneficiar nove toneladas do fruto in natura, permitindo aumentar o volume adquirido dos associados.

Meta

Atualmente, cerca de 20% do açaí produzido pelos cooperados é absorvido pela AmazonBai e a perspectiva é de que esse percentual salte para até 50% com o início das exportações. A meta, conta Amiraldo, é alcançar 65% da produção dos cooperados a partir da terceirização do beneficiamento e destinando entre 15% e 25% do restante para o consumo local.

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Em média, a cooperativa tem conseguido pagar até 30% a mais pelo açaí produzido pelos cooperados graças a uma política de preço fixo ao longo de toda a temporada, evitando oscilações de mercado que podem ir de R$ 25 a R$ 300 a lata. Já com o produto desidratado, a previsão é de que os produtores obtenham um valor até 400% superior ao pago pela polpa in natura.

Mercado internacional

De acordo com Andrea Azevedo, diretora executiva do Fundo JBS Amazônia, que tem apoiado a cooperativa na profissionalização da gestão, a liofilização do açaí foi um passo estratégico para os extrativistas alcançarem o mercado internacional.

“O açaí liofilizado dispensa a logística fria, aumenta a durabilidade e isso já faz com que eles consigam exportar”, explica Andrea. Além dos EUA, a AmazonBai também negocia o envio do açaí em pó para outros quatro países. A perspectiva, conta, é que a cooperativa ganhe escala e torne-se um polo de beneficiamento e exportação do fruto na Amazônia.

“Já tem outras cinco cooperativas interessadas em vender para eles caso tenham sucesso nesse canal de comercialização. Então acho que esse é um modelo que poderia ser expandido para outras comunidades próximas como uma cooperativa de segundo grau, que consegue trabalhar a comercialização e a industrialização local”, completa Andrea.  

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