Doença de Chagas: Ministério da Saúde retoma a distribuição do medicamento para crianças
Após oito anos, doze mil unidades foram adquiridas e enviadas aos estados
O Sistema Único de Saúde (SUS) voltou com a distribuição do medicamento pediátrico para o tratamento da doença de Chagas no Brasil. O retorno ocorreu por meio do Ministério da Saúde, no mês de dezembro. O medicamento volta a ser ofertado, depois de oito anos, para o público infantil, direcionado as crianças que são infectadas pela doença.
Antes da retomada, o fármaco antiparasitário benznidazol 12,5 mg não estava disponível. O remédio, que é presente no SUS, era disponibilizado na dosagem de 100 mg para tratamento de fase inicial em adultos. Com a volta da distribuição, foram adquiridas 12 mil unidades com a dosagem infantil, que visa atender a demanda dos estados.
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Segundo a estimativa feita pelo Ministério da Saúde, o Brasil apresenta, pelo menos, 1 milhão de pessoas infectadas pelo agente causador de Chagas, Trypanosoma cruzi. A notificação de novos casos de Chagas é mais frequente na região Norte e no estado da Bahia, é o que diz o último boletim epidemiológico da doença.
Como ocorre a doença?
A doença de Chagas é transmitida pelo inseto barbeiro, que normalmente abrigam-se em locais muito próximos à fonte de alimento e podem ser encontrados na mata, escondidos em ninhos de pássaros, toca de animais, casca de tronco de árvore, montes de lenha e debaixo de pedras. O inseto também pode se alojar nas casas, em buracos das paredes, nas camas, colchões e baús, além de serem encontrados em galinheiro, chiqueiro, paiol, curral e depósitos.
A transmissão ocorre pelas fezes, em que o inseto deposita sobre a pele da pessoa, enquanto suga o sangue. A doença, geralmente, acontece por conta da picada do inseto, que provoca coceira. O ato de coçar facilita a penetração do tripanossomo pelo local da picada. Pode ocorrer também por meio da ingestão de alimentos contaminados e na forma vertical, quando a transmissão ocorre da gestante para o bebê durante a gravidez ou o parto.
Há fases aguda e crônica, no qual os sintomas são distintos de acordo com o grau. A fase aguda pode ser sintomática ou não, já a fase crônica pode se manifestar nas formas indeterminada (assintomática), cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. Na fase aguda, o paciente pode apresentar febre, mal-estar, falta de apetite, edemas (inchaços) na pálpebra ou em outras partes do corpo, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte.
(Vitória Reimão, estagiária sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora de Atualidades)
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