Chacina no DF: polícia conclui que acusados queriam se apossar da chácara avaliada em R$ 2 milhões
Dois dos acusados pelo assassinato da família não só trabalhavam para uma das vítimas, mas viviam na chácara
A Polícia Civil concluiu que quatro dos réus acusados de assassinar dez pessoas de uma mesma família no Distrito Federal tinham o interesse de se apossar de uma chácara avaliada em cerca de R$ 2 milhões. Com informações da Agência Brasil.
O delegado responsável pelas investigações, Ricardo Viana, os acusados Gideon Batista de Menezes, 55 anos; Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49; Fabrício Silva Canhedo, 34; e Carlomam dos Santos Nogueira, 26, planejavam tomar posse do terreno, vendê-lo e dividir entre si o dinheiro obtido.
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A propriedade, localizada em um condomínio do Itapoã, uma das regiões administrativas do Distrito Federal, pertencia a Marcos Antônio Lopes, que morava no imóvel junto com a esposa, Renata Juliene Belchior, e a filha do casal, Gabriela Belchior.
Marcos Antônio e Renata tinham outro filho, Thiago Belchior. Ele era casado com a cabeleireira Elizamar da Silva, com quem teve três filhos: Gabriel da Silva, de 7 anos, e os gêmeos Rafael da Silva e Rafaela da Silva, de seis anos.
O delegado afirmou que os acusados mataram Renata, Gabriela, Thiago, Elizamar, Gabriel, Rafael e Rafaela para que não herdassem a chácara após o assassinato de Marcos Antônio.
O grupo também matou a ex-esposa de Marcos, Cláudia Regina Marques de Oliveira, e a filha que os dois tiveram juntos, Ana Beatriz Marques de Oliveira, 19, pelo mesmo motivo.
Ao longo das investigações, os policiais descobriram que Horácio e Gideon não só trabalhavam para Marcos Antônio, como viviam na chácara que, segundo o delegado, despertou a cobiça dos dois.
Cativeiro
Há cerca de três meses, Horácio alugou uma casa em Planaltina, onde pretendia usá-la como cativeiro. Em 28 de dezembro, Horácio e Gideon facilitaram a entrada de Carloman na chácara do Itapoã.
Armado e acompanhado por um adolescente de 17 anos cujo nome a Polícia Civil não divulgou, Carloman rendeu parte da família de Marcos Antônio, que, segundo os réus, reagiu e, por isso, foi morto no próprio local. Renata e Gabriela foram, então, levadas para a casa alugada para servir de cativeiro, em Planaltina.
Os réus também sequestraram a ex-esposa de Marcos, Cláudia Regina, e a filha, Ana Beatriz. O filho de Marcos, Thiago, e a esposa, Elizamar, assim como os três filhos do casal, foram os últimos a serem capturados.
Os investigadores encontraram um bilhete cujo autor, ainda não reconhecido, pede que Thiago vá à chácara do pai com urgência, levando toda sua família.
As nove vítimas sequestradas foram mantidas em cativeiro por dias, sob a vigilância de Fabrício Silva Canhedo. Além de forçar as vítimas a fornecer dados pessoais, incluindo contas bancárias e números e senhas de cartões de crédito, os réus são acusados de se apropriar de parte dos R$ 200 mil que a ex-esposa de Marcos Antônio, Cláudia Regina, recebeu pela venda de uma casa.
Um quinto homem, Carlos Henrique Alves da Silva, o Galego, é suspeito de ter participado destas mortes. Já o adolescente que participou da fase inicial do crime, durante a qual Marcos Antônio foi morto com um tiro na nuca, deixou o local e abandonou os demais criminosos – segundo ele disse aos investigadores, por julgar a ação do grupo violenta demais.
Os quatro principais réus no caso (Carlomam, Fabrício, Gideon e Horácio) responderão pelos crimes de homicídio qualificado; latrocínio (roubo que resulta em morte); ocultação de cadáver; extorsão mediante sequestro; associação criminosa qualificada e corrupção de menor.
(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)
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