Anticoncepcional masculino: estudos apontam caminhos para controlar a fertilidade dos homens
Experimentos feitos em camundongos identificaram dois pontos da proteína Eppin que regulam a movimentação dos espermatozoides
Em estudo realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) aponta para a possibilidade de desenvolver medicamentos que controlem a fertilidade dos homens, a partir da proteína Eppin, que regula a capacidade de movimentação do espermatozoide. Foram usados anticorpos para descobrir quais são os pontos da proteína que tem função semelhante nos camundongos e nos seres humanos, responsáveis por regular a movimentação célula reprodutiva masculina. Após a ejaculação, o espermatozoide precisa nadar para chegar ao óvulo e fazer a fecundação. Porém, antes da ejaculação, os espermatozoides não se movimentam. O objetivo da pesquisa foi identificar qual é a interação que faz com que as células fiquem paradas antes do momento certo. As informações são da Agência Brasil.
Para o professor Erick José Ramo da Silva, do departamento de Biofísica e Farmacologia da Unesp, um medicamento que fosse capaz de interromper a movimentação dos espermatozoides seria um anticoncepcional com efeito quase imediato. Por isso, é importante entender detalhadamente como as proteínas mantém os espermatozoides parados e depois ativam a movimentação dessas células.
“A gente estuda como essas proteínas interagem para entender como elas interrompem a motilidade para que a gente possa pensar estratégias farmacológicas, usando um composto, um princípio ativo, que pudesse incisar essa relação que naturalmente acontece”, acrescenta.
O estudo, publicado na revista Molecular Human Reproduction, teve início em 2016 e foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a partir de parceria com os departamentos de Farmacologia e de Ciências Biológicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além do Instituto de Biologia e Medicina Experimental do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas, da Argentina.
As pesquisas devem continuar no sentido de buscar compostos ou moléculas que possam atuar nos pontos identificados pelo estudo. Essa nova etapa terá colaboração com cientistas da Inglaterra, de Portugal e da Universidade de São Paulo (USP).
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