Suicídio: saiba como identificar os alertas e onde encontrar atendimento gratuito em Belém
Apesar do suicídio ter correlação com transtornos mentais, sobretudo à depressão e ao uso de álcool, outros fatores também podem estar intimamente ligados ao comportamento suicida
O suicídio é um problema de saúde pública, responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade destaca que apesar do ato de tirar a própria vida ter correlação com transtornos mentais, sobretudo associados à depressão e ao uso de álcool, outros fatores também podem estar intimamente ligados ao comportamento suicida. Estar atento aos principais sinais de alerta, procurar ajuda profissional pode ser determinante para recuperação.
VEJA MAIS
Especialistas afirmam que a conscientização é o primeiro passo. Debater a importância da escuta e do apoio de um profissional da saúde pode ajudar a dissipar o estigma de que a depressão é apenas uma tentativa do indivíduo de chamar a atenção, ou ainda fruto da falta de fé e de força de vontade. O tema é um tabu social, sobretudo em países de cultura ocidental que tratam o suicídio como um pecado, ou seja, algo que não é bem visto na sociedade
De acordo com a OMS, em nações com renda elevada os registros de comportamento suicida intensificam-se em épocas de crise que abatem o estímulo de enfrentar as tensões da vida, como problemas financeiros, términos de relacionamento ou dor e doença crônica. Outras motivações podem estar relacionadas ainda a experiências, como conflitos, desastres, violência, abuso, perdas e sentimentos de isolamento.
Em 2006, quando o Brasil punlicou a Portaria nº 1.876, com diretrizes para a prevenção ao suicídio, o Ministério da Saúde apontava o "aumento observado na frequência do comportamento suicida entre jovens entre 15 e 25 anos, de ambos os sexos, escolaridades diversas e em todas as camadas sociais", como uma razão para a adoção de diretrizes nacionais.
Conforme dados da entidade internacional, as taxas de suicídio também são altas entre grupos vulneráveis sujeitos a discriminação, por exemplo, refugiados e migrantes; comunidades indígenas; pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, intersexuais e presos. Para a OMS, o suicídio é uma questão complexa e, por isso, os esforços de prevenção necessitam da coordenação e colaboração de entre os multiplos setores da sociedade, incluindo: saúde, educação. trabalho, negócios, justiça, lei, defesa e mídia.
Participação da família e amigos
O psicólogo Altiere Ponciano explica que a família se apresenta de forma ambivalente na vida de uma pessoa que está passando por um sofrimento psíquico. Da mesma forma que é a instituição mais próxima e responsável no cuidado de um sujeito, ela pode ser responsável pelo adoecimento dessa mesma pessoa. Segundo o especialista, os membros da família precisam rever os seus discursos e entender que o próprio núcleo pode estar adoecido.
“Quando a gente pensa no apoio da família, entendemos que os familiares precisam se responsabilizar como parte dentro deste processo de adoecimento. Como pode a mesma instituição que adoece ser a que vai cuidar? A família, nesse primeiro, precisa ser cuidada para poder cuidar dos membros. A instituição é um suporte fundamental nesse processo de cuidado e recuperação”, explicou.
Em relação à amizade, a questão é mais complexa, afirma o psicólogo, por se tratar de uma relação social sem tanta responsabilidade. “A amizade faz parte do núcleo secundário da socialização, o primário é a família. A ajuda dos amigos é mais limitada, por isso, o amigo ou a amiga precisa entender até que ponto pode ajudar. Porém não podemos esquecer que a única possibilidade de uma pessoa sair do cenário psíquico em que se encontra depende dela mesma. Aí é que entra a importância do trabalho psiquiátrico e psicoterapêutico, porque resgata nos pacientes que a vida é da pessoa, e somente ela pode responder por si”, afirmou Altiere.
Como identificar os sinais de alerta:
- Trabalho com maior fadiga.
- Falta de vontade ver as pessoas
- Não querer mais fazer as mesmas coisas
Sintomas associados:
- Falta de sono (insônia)
- Excesso de alimentação ou privação de alimentos
- Agonia, mal estar
- Vontade de choro inesperada
- Sentimento de solidão
Família e amigos precisam observar discursos como:
- Desejo de viajar para muito longe
- Dormir e nunca mais acordar
- Vontade de sumir
Redes de apoio
Uma das redes de apoio mais conhecidas do Brasil é o Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade filantrópica sem fins lucrativos que oferece serviços de apoio emocional, visando a prevenção do suicídio. Os atendimentos são realizados por voluntários treinados, baseados em causa humanitária, para oferecer conversas a quem está precisando, sem julgamentos, de forma anônima e sigilosa. Apesar de possuir base psicológica com profissionais apoiadores, o serviço não substitui tratamento de psicólogo e psiquiatra.
Os atendimentos são feitos via internet por chat, skype ou e-mail do endereço eletrônico cvv.org.br. Ou também pelo telefone 181 ou presencialmente em alguns postos do Brasil.
Saiba onde encontrar atendimento gratuito em Belém:
1- Clínica de Psicologia- UNAMA
Público alvo: estudantes e populares em geral
Horário: 8h às 12h; 14h às 18h; 18h às 20h
Contato: 4009-3012
Endereço: Dentro do Bloco F, localizado no campus Alcindo Cacela da Universidade da Amazônia
2- Plantão psicológico - UNAMA Ananindeua
Público alvo: paraenses maiores de 18 anos, residentes dos municípios da região Metropolitana de Belém
Horário: a combinar
Contato: o agendamento e a consulta ocorre pelo site
Para mais informações: 4009-3050.
3- Clínica de Psicologia da UFPA
Público alvo: população em geral
Horário: terça-feira às sexta-feira 8h às 11h; 14h às 17h
Não precisa de agendamento prévio no site.
Contatos: (91) 98429-0279, para falar com Roseane; (91) 98382-9628, para falar com Fernanda
4- Serviço de acolhimento psicológico da UFRA
Público alvo: alunos (as) da universidade
Horário: a combinar, de segunda a sexta-feira
Contato: Campus Belém: Bruna Carvalló (91) 98101-0139; Stéphanie Correa: (91) 98090-2565
Campus Capanema: Thiago Costa (91) 99995-2540
Campus Capitão Poço: Hadassa Almeida (91) 98135-3202
Campus Paragominas: Aneska Oliveira (91) 98373-0940
Campus Parauapebas: Cláudia Camilo (94) 98154-7401
Campus Tomé-Açu: Suzane Lima (91) 98551-9357
5- Serviço de acolhimento psicológico da UEPA
Público alvo: alunos da instituição
Horário: segunda a sexta, das 9h às 14h
Endereço: no Núcleo de Assistência Estudantil (NAE). Localizado no prédio da Reitoria da UEPA, na Rua do Úna, 156, no bairro Telégrafo.
Atendimento: pode ser por e-mail naeuepa@gmail.com ou por telefone.
Contato: (91) 3299-2247
6- ONG Olívia
Público alvo: população LGBTQIA+
Horário: a combinar, de segunda-feira à sexta
Agendamento prévio nas redes sociais
Contato: 3201-7285
7- Centro de Valorização da Vida (CVV)
Público-alvo: todos
Horário: 24 horas
Contato: 188
Atendimentos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs)
1- CAPS Icoaraci (Caps I)
Endereço: Rua Monsenhor Azevedo, 237 (entre Passagem Maguari e Lopo de Castro), Campina de Icoaraci.
Contato: (91) 3227-9137
E-mail: capsicoaraci@ibete.com.br
2- CAPS Amazônia (CAPS I)
Endereço: Passagem Dalva, 377, bairro Marambaia
Contato: 3231-2599/ 3238-0511
E-mail: capsam.sespa@outlook.com
3- CAPS Renascer (CAPS III)
Endereço: Travessa Mauriti, 2179, entre avenidas Duque de Caxias e Visconde de Inhaúma, bairro Pedreira
Contato: (91) 3276-3448
E-mail: capsrenascer@yahoo.com.br
4- CAPS Grão-Pará (Caps III)
Endereço: Rua dos Tamoios, 1840, Batista Campos
Contato: (91) 3269-6732
E-mail: capsgraopara@yahoo.com.br
5- CAPS Marajoara (CAPS ad III)
Endereço: Conjunto Cohab, Gleba I, WE-2, 451- Nova Marambaia
Contato:(91) 3236-0399
E-mail: capsmarajoara@gmail.com
Vale ressaltar, que em casos de emergência ou mais graves, a pessoa pode recorrer:
- Ao Samu 192
- Às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)
- Pronto-Socorros
- Emergência Psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em Belém
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA