Obras na Augusto Montenegro devem começar em junho de 2022; entenda os detalhes
Moradores da área esperam benefícios, mas temem os transtornos durante a obra de urbanização que deve transformar o cenário da avenida
A Avenida Augusto Montenegro, em Belém, um dos principais corredores da cidade, vai receber um projeto de urbanização ao longo de 20 quilômetros da via, previsto para começar em junho de 2022. A obra é complexa, prevendo ações de drenagem, implantação de ciclovias, nova iluminação, entre outras mudanças. Os moradores da área aprovam a ideia, mas também temem que a obra cause transtornos.
A professora Shara Corrêa, moradora da área, conta que já conviveu com outras grandes obras na região, principalmente na época de implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit). Entre as mudanças mais necessárias, ela destaca a construção da ciclovia, mas confessa que uma obra longa como essa preocupa:
“Eu acho que falta melhorar mais a Augusto Montenegro, porque quando a gente está na parada de ônibus, geralmente é muita bicicleta que passa e acaba batendo algumas pessoas, como eu já vi. Eu acredito que pode melhorar, mas uma obra de dois anos pode causar também um grande caos”, afirma.
Já o aposentado José Rodrigues, que também já vive há muitos anos na área, comenta que o mais importante seria a qualidade do serviço, ainda que a obra seja complexa e demorada: “Eu queria que fizessem, mas fizessem uma coisa bem feita, porque o material que usam aqui, não dura dois anos e logo está precisando de reforma de novo. Então eu espero que façam uma coisa boa”, diz.
Projeto terá um alto custo e prevê profundas mudanças ao longo da via
Segundo a prefeitura de Belém, o projeto de urbanização está orçado em R$ 166 milhões. A Secretaria de Urbanismo (Seurb) informou que, desse total, R$ 20 milhões são do tesouro municipal e R$ 140 financiados, via FGTS, pelo programa Avançar Cidade do Ministério do Desenvolvimento Regional. Com esse volume de investimentos, a obra inclui uma série de mudanças na via, como explica o secretário municipal de urbanismo, Deivison Alves:
“A obra corresponde à drenagem profunda da via, para escoar a água que causa os alagamentos históricos na Augusto Montenegro, aplicação de asfalto novo, construção de ciclovias, atendendo a uma demanda muito forte tanto de quem pratica esporte ou pelada por lazer, quanto de quem usa a bicicleta para trabalhar e se locomover pela via. Também faremos as calçadas com acessibilidade e o paisagismo completo, com a reposição de um corredor verde, já que a avenida perdeu muito da vegetação com o tempo. E, por fim, vamos implantar um moderno sistema de iluminação, em LED”, detalha.
O secretário informa, ainda, que a obra será feita em etapas, começando com o trecho entre o terminal do Mangueirão e do Tapanã para, em seguida, concluir o trajeto até o terminal de Maracacuera, na entrada de Outeiro. A previsão de início das obras é em junho de 2022, se o processo de licitação da empresa responsável transcorrer sem complicações:
“O edital já foi lançado. No dia 17 de março, as empresas já poderão apresentar suas propostas. Após a análise do processo, a obra deve começar. A previsão de término do contrato é junho de 2024”, explica o secretário.
Projeto prevê um plano para diminuir os impactos negativos da obra e melhorar vias transversais
O secretário Deivison Alves contou ainda que, considerando a magnitude da obra e o nível de intervenção que o projeto possui, o planejamento de execução também inclui estratégias para aliviar o fluxo na via e diminuir o impacto dos serviços no dia a dia de quem trafega pela Avenida:
“Com uma obra dessa complexidade, está incluso o planejamento de mobilidade, com desvios ou vias secundárias para a população não depender 100% da via principal. Nosso planejamento inclui orientar o público via TV, publicidade, redes sociais, e presencialmente, entregando informativos no dia a dia”, comenta Deivison.
Além disso, ele ressalta que, ao longo da obra, algumas vias de saída da Augusto Montenegro devem ser beneficiadas, em consequência ao serviço executado no corredor principal: “Durante o serviço de drenagem, quando a gente começar a captar toda aquela água, ela vai ter que ser direcionada a algum lugar, então essas ruas também vão precisar receber drenagem. Provavelmente, a Secretaria de Saneamento que vai fazer esse serviço”, conclui.
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