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Produzido no Pará, curativo à base de óleos amazônicos é alternativa para a área da saúde

Com propriedades já constatadas em diversas pesquisas e estudos, os óleos de andiroba, buriti, castanha e mucajá são testadas no biocurativo, como é chamado, e auxilia na cicatrização das lesões

Gabriel Pires
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Pesquisadores do Laboratório de Óleos da Amazônia (LOA/UFPA), instalado no Parque de Ciência de Tecnologia (PCT) Guamá, buscam desenvolver um curativo inovador para a área da saúde com base em óleos de plantas nativas da Amazônia. Com propriedades já constatadas em diversas pesquisas e estudos, os óleos de andiroba, buriti, castanha e mucajá são testados no biocurativo, como é chamado, e auxilia na cicatrização das lesões, além de ser uma alternativa biodegradável, fator que curativos convencionais não possuem.

O objetivo do estudo, segundo a doutoranda Sandrynne Guimarães, responsável pelo estudo, é manipular materiais já utilizados na indústria farmacêutica e que são compatíveis com o corpo humano, combinando-os com óleos. "Os biocurativos não apenas protegem a lesão, mas também ajudam no tratamento e cicatrização das feridas. Por serem geralmente produzidos a partir de fontes renováveis, oferecem benefícios como o uso reduzido de material durante o tratamento e o descarte ecológico," explica a pesquisadora.

A pesquisa também conta com a colaboração de seis pesquisadores do LOA, que obtiveram um material com características favoráveis para a aplicação como curativo - desenvolvido a partir de fontes renováveis, biodegradáveis e enriquecido com ativos para auxiliar e acelerar o processo de cicatrização de feridas. Até o momento, os óleos de mucajá e buriti foram os que mais trouxeram resultados positivos no teste in vivo com camundongos.

image Pesquisa valoriza insumos da Amazônia (Foto: Camila Carvalho / Fundação Guamá)

Sandrynne conta que o interesse pelo tema se iniciou ainda no mestrado - motivada pelo interesse de alinhar as propriedades de biopolímeros, que são macromoléculas constituídas por unidades menores e produzidas por seres vivos, com óleos vegetais amazônicos. “Hoje, no doutorado, sigo na mesma linha, inovando no desenvolvimento de novos biocurativos aliados aos benefícios que os insumos locais têm a nos oferecer”, conta.

Foto: Camila Carvalho / Fundação Guamá

Resultados

Para o aprimoramento do biocurativo, são realizadas análises com os insumos desde a obtenção até o processo de desenvolvimento do produto - tanto para o controle de qualidade quanto para o reconhecimento científico das propriedades. Emmerson Costa, coordenador do LOA e orientador de Sandrynne, explica que “às vezes, um óleo atua mais que outro nas etapas da cicatrização e pode acelerar o processo, mas, em geral, todos obtiveram um bom resultado”. 

“A ideia do biocurativo é fechar a lesão e impedir a reinfecção e a laceração do material. O óleo entra na pele, lubrifica, inibe a proliferação de bactérias e tem também outros mecanismos importantes na cicatrização”, completa o pesquisador. 

Patente

Atualmente, o estudo está em processo de patente. A expectativa é que a descoberta possa trazer benefícios para os setores da saúde e meio-ambiente, além de fortalecer a base das cadeias produtivas de óleos na Amazônia. De acordo com Emmerson, as descobertas com óleos aumentam a variedade de usos dos insumos, auxiliando na verticalização da cadeia de extrativismo amazônico: 

“Dessa forma, aproveitamos as sementes e insumos da floresta, onde estão os povos que a habitam e os diversos arranjos produtivos, sejam eles cooperativas, associações, ou até mesmo iniciativas individuais. Essa é a importância de cada vez mais valorizar os ativos da floresta e manter a floresta em pé, preservada. E quem preserva a floresta são os atores que nela habitam. Não faz sentido se falar em preservação da Amazônia se você não subsidiar e dar condições para que os povos que habitam na floresta tenham uma renda viável”, destaca Emmerson

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