Com mais de 80% das obras concluídas, Mercado de São Brás abre as portas à população

Os espaços destinados a exposições e eventos culturais, fazem parte do novo complexo do Mercado de São Brás, serão entregues em novembro

Igor Wilson
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No fim de tarde desta terça-feira (17/9), a Prefeitura de Belém abriu a Praça Floriano Peixoto, que fica no entorno do complexo do Mercado de São Brás, para que os moradores da capital pudessem acompanhar o andamento das obras de revitalização do patrimônio histórico. Os trabalhos vêm sendo executados ao longo de 14 meses e a previsão, segundo a gestão municipal, é que sejam concluídos em novembro. O clima foi de festa. O evento trouxe de volta as antigas aglomerações que sempre marcaram o espaço. 

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Na tarde desta segunda-feira (16), a prefeitura de Belém realizou um encontro com jornalistas para mostrar o andamento da obra do novo mercado, que ficará pronto em novembro, segundo a gestão municipal

A reabertura do pavilhão norte e da praça, que agora serão destinados a eventos e exposições, permitirá aos visitantes conferir de perto as obras que vem sendo feitas no complexo, que terá uma nova área anexada ao antigo espaço, onde ficarão os 193 antigos permissionários, todos em setores novos e devidamente separados por categorias.

O local onde antes ficavam os feirantes agora terá três pisos, com áreas destinadas a restaurantes maiores e outros negócios, além de um estacionamento no subsolo com capacidade para mais de 200 veículos. Com um ar mais requintado, esse espaço terá mezaninos e escadas rolantes, e ainda será totalmente climatizado.

Para Daniel Lima, marceneiro que trabalha no mercado há 21 anos, a reforma impressionou até mesmo os feirantes mais antigos. "Para quem viu o Mercado de São Brás como eu vi, abandonado durante tantos anos, é um privilégio ver esse espaço como está hoje. Sabemos que ainda não está pronto, mas a obra está muito bonita. Antes desaguava uma cachoeira aqui dentro, hoje essa obra é um marco para a cidade", disse Daniel, que faz parte de uma geração de comerciantes que testemunhou o gradual abandono do mercado.

image Daniel Lima andou pelo centro de convenções integrado ao novo complexo, lembrando do período em que chovia ali dentro do mesmo espaço (Cristino Martins/O Liberal)

Assim como Daniel, muitos comerciantes e frequentadores têm uma relação afetiva com o local. O mercado, inaugurado em 1911, já passou por três grandes reformas, e cada uma delas marcou um período de transformação da cidade. Desta vez, a obra incorpora um conceito mais amplo, como explicou o arquiteto Aurélio Meira, responsável pelo projeto de revitalização.

"Aqui renasce a Casa São Brás, uma casa de cultura popular onde você vai ter mercado, atividades de música, artes visuais, tudo que for compatível ao espaço", disse Meira, destacando a importância de políticas públicas de preservação e a modernização do uso do espaço para atender às demandas contemporâneas.

Expectativas e turismo

Novo Mercado de São Brás

Para os visitantes, a revitalização do mercado representa mais do que a recuperação de um espaço comercial. Alexander Cruz, administrador, acredita que o novo mercado pode recolocar Belém no mapa turístico. "Eu fico feliz em ver que o mercado foi totalmente revitalizado. Esta é uma obra linda, esse lugar estava há um bom tempo abandonado. O que me chamou mais atenção foi a inovação tecnológica interna. Voltou a ser um local que vai colocar Belém na rota turística de novo", disse, se referindo à chegada de eventos de grande porte, como a COP 30, que Belém sediará em 2025.

image Alexander Cruz espera que espaço ganhe vida assim como a Estação das Docas (Cristino Martins/O Liberal)

Samuel Clodovil, motorista de aplicativo que passava pela área e decidiu fazer uma visita rápida, ficou surpreso com o resultado. "Superou minhas expectativas, está muito lindo mesmo. Eu estava passando aqui a trabalho e vi aberto, decidi ver né, porque gera curiosidade. Acho que vai ser um espaço que tem tudo para dar uma vida aqui, como aconteceu na Estação das Docas", disse.

O que ainda falta

Embora o sentimento geral seja de aprovação, a obra ainda não está concluída. Internamente, ainda faltam ajustes como a instalação de sistemas elétricos, ar-condicionado e o acabamento de ladrilhos. O engenheiro responsável, Leonardo Santos, explicou que a equipe está reforçando os trabalhos na parte interna, que está praticamente finalizada. No entanto, os setores tradicionais do mercado, como o de proteínas e hortifrutis, ainda precisam de ajustes nos boxes e outros detalhes para poderem receber os clientes.

Com a entrega prevista para novembro, a expectativa é que o novo Mercado de São Brás, além de resgatar seu papel como um centro de comércio, se consolide como um espaço multicultural. Essa transformação é vista como essencial para preservar a história do local e, ao mesmo tempo, atender as demandas da Belém contemporânea.

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