Prefeitura de Belém não paga trabalhadores de 'serviços gerais' do PSM da 14 e limpeza paralisa
Segundo eles, atraso já dura três meses e nenhum prazo para repassa foi dado pela secretaria responsável
Trabalhadores do setor de serviços gerais do Hospital e Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, localizado na travessa 14 de março, em Belém, paralisaram as atividades no início da tarde desta quarta-feira (23). Eles reclamam da falta de pagamento da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e atraso, também, no repasse da primeira parcela do décimo terceiro salário, que deveria ser feito no último dia 20 deste mês.
A paralisação dos servidores terceirizados deverá permanecer até que alguma resposta ou prazo sejam dados pela Sesma. Rui Charles Souza, diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Asseio, Conservação, Higiene e Portaria do Estado do Pará (Sinelpa), diz que a situação já foi repassada, inclusive, ao Ministério Público. “Não tem como um trabalhador se manter assim, isso acaba sendo um trabalho escravo. Até agora estamos esperando uma resposta, que sentem conosco para ver o que será resolvido”, afirma.
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A mobilização foi a única forma encontrada pelos trabalhadores para chamar atenção e ressaltar a necessidade urgente de pagamentos. “Está com problema aí dentro, a gente pede desculpas à população, mas não tem como o trabalhador vir pra cá sem comer. Muito nem tem como vir. Está difícil a situação, eles correm risco de vida, na limpeza eles mexem com a questão da saúde”, pontua Rui.
Enfrentando dificuldades financeiras, funcionários fazem revezamento de trabalho
Os servidores ficarão em formato de revezamento no Pronto Socorro. “A nossa meta é ficarmos até resolver essa questão, ou seja, o próximo grupo que vai entrar vai ser às 19h. Vamos revezar, não é que a gente não queira trabalhar, os trabalhadores estão impossibilitados. Como vão trabalhar vendo os filhos passando fome? Sendo despejados por não pagar aluguel?”, finaliza o diretor do Sinelpa.
Atoniel Ferreira, auxiliar de serviços gerais do PSM, mora em Murinin, na Região Metropolitana de Belém, e é um dos vários afetados pelo atraso no pagamento. De acordo com ele, a solução tem sido recorrer a família e amigos para conseguir alimento e sustentar a esposa e os dois filhos. “Minha situação está difícil, meus cartões estão estourados, vou pagar multa porque não recebi. Só não passamos fome porque temos amigos, minha mãe mora na Cidade Nova e eu corro para lá”, lamenta.
O salário mínimo que a esposa de Atoniel recebe por mês não tem sido suficiente para todas as despesas da casa. “Minha mãe vai ver se consegue uma cesta básica para eu passar a semana porque já acabou tudo. Só eu trabalho, se for abrir minha geladeira, só tem água. Minha esposa recebe um salário mas, para quatro pessoas, não dá para nada”, completa.
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