Médicos das UPAs da Marambaia e Jurunas estão em greve; paralisação afeta serviço de saúde
Em nota, a Sesma diz que as unidades estão abertas e atendendo casos graves e moderados
Médicos que prestam serviços para as Unidades de Pronto Atendimento da Marambaia e do Jurunas estão em greve desde o último dia 27 de setembro. Segundo denúncias, os profissionais estão sem receber salários desde o mês agosto deste ano. A falta do atendimento médico afeta diretamente a população dos dois bairros que necessita dos serviços de saúde, sobretudo urgência e emergência. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que as UPAs estão abertas e atendendo casos graves e moderados.
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Anderson Carvalho tentou buscar atendimento no local na quinta-feira à tarde (3) e foi surpreendido com a notícia da greve. "Estou com dor, vim em busca de atendimento. Agora eu tenho que voltar para casa com a dor e ainda mais nessa chuva", disse. De acordo com Anderson, os funcionários que estavam na recepção informaram do problema e alegaram não ter previsão da retorno dos atendimentos e sobre quando a greve será encerrada.
"Os outros funcionários estão aqui cumprindo horário. Eles não podem aplicar medicamentos, pois só atendem com a prescrição do médico, mas o atendimento só vai retornar quando os médicos voltarem da greve", informou Anderson. Ele contou ainda que não conseguiria ir em busca de auxílio médico em outro local, pois os outros pontos de atendimento são distantes e que a UPA da Marambaia é o lugar mais acessível do bairro.
A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou, em nota, que as UPAs estão abertas e atendendo casos graves e moderados, de acordo com o Protocolo de Manchester. O órgão também cita que a administração dos serviços é pela Organização Social (OS), que é responsável pela contratação dos médicos, que estão com os seus salários atrasados há 60 dias.
"A Sesma ressalta que há um atraso de repasses para a OS, mas que contratualmente isso não justifica o atraso no pagamento dos médicos. A Sesma reforça, ainda, que o repasse do recurso será regularizado a partir da próxima semana", comunicou o órgão.
Uma médica que não quis ter seu nome divulgado informou que o pagamento dos profissionais sofre constantes atrasos. "Nosso pagamento está sempre em atraso. Os meses de junho e julho foram pagos em setembro", disse.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará informou que notificou a Sesma sobre a demora no pagamento do salário dos profissionais.
"A Secretaria Municipal de Saúde foi notificada acerca dos documentos recebidos neste Regional que tratavam de falta de condições de trabalho e retenção de pagamento dos profissionais nas UPAs da Marambaia e Jurunas, bem como realizou as devidas fiscalizações nas referidas instituições, adotando, deste modo, todas as medidas legais cabíveis e dentro das atribuições deste Órgão. Ressaltamos, ainda, que a documentação já foi encaminhada às autoridades competentes para a adoção das diligências que se fizerem necessárias", disse o comunicado.
A reportagem entrou em contato com a Organização Social IN Saúde, com sede em São Paulo, e aguarda um posicionamento.
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