Oftalmologista explica o que é visão monocular

Essa deficiência ocorre quando a pessoa tem 100% de visão em um olho e uma visão menor ou igual a 20% no outro olho

Dilson Pimentel

A lei que classifica a visão monocular como deficiência visual foi sancionada, em março do ano passado, pelo presidente Jair Bolsonaro. A Lei 14.126/21 é baseada em proposta do senador Rogério Carvalho (PT-SE). Ainda segundo a Câmara dos Deputados, a nova lei garante à pessoa que enxerga com apenas um olho os mesmos direitos e benefícios das pessoas com deficiência. Também obriga o Poder Executivo a criar instrumentos de avaliação desse tipo de deficiência.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a visão monocular é caracterizada quando a pessoa tem visão igual ou inferior a 20% em um dos olhos, enquanto no outro mantém visão normal, explicou, ainda, a Agência Câmara de Notícias.

Em Belém, e nesta segunda-feira (30), o oftalmologista Lauro Barata, de Belém, falou sobre o assunto à Redação Integrada. “Para você chegar à definição de visão monocular, é importante que alguns pontos sejam abordados”, disse ele. A deficiência visual ou perda de visão pode ser total ou parcial. E pode estar ligada a um quadro congênito (algo que está presente desde o nascimento da pessoa) ou adquirido.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde, a visão monocular é caracterizada quando a pessoa tem visão igual ou inferior a 20% em um dos olhos, enquanto no outro mantém visão normal

Já a cegueira é considerada uma ausência de percepção de luz. “O paciente já não consegue diferenciar entre o claro e o escuro. A cegueira também é chamada tecnicamente de amaurose”, afirmou. O oftalmologista Lauro Barata explicou que a visão monocular é caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e, para tanto, usa-se uma tabela chamada de Snellen. “Essa tabela fala em 100% de visão em um olho e uma visão menor ou igual a 20% do outro olho. Logicamente, considerando a melhor correção possível. A pessoa usando óculos, usando a correção adequada, ela tem 100% de visão de um lado e menor ou igual a 20% do outro”, explicou.

Paciente não consegue diferenciar entre o objeto mais próximo e o que está mais afastado, diz oftalmologista

O maior problema da visão monocular é que, quando a pessoa adquire essa deficiência por problemas como infecções intraoculares, toxoplasmose, glaucoma, isso pode levar a uma perda da visão de profundidade. “Ou seja, o paciente não consegue diferenciar entre o objeto mais próximo e o que está mais afastado. Você não consegue ter a visão de profundidade daquela situação, já que a visão de profundidade, chamada tecnicamente de estereopsia, é dada pela visão binocular (visão binocular é a visão na qual ambos os olhos são usados em conjunto)”, explicou.

A estereopsia é a capacidade de julgamento, pelo observador, das distâncias que o separam de diferentes objetos, ou seja, da profundidade com que se situam no campo visual. As pessoas monoculares têm dificuldades com noções de distância, profundidade e espaço, o que prejudica a coordenação motora e, consequentemente, o equilíbrio, explicou, ainda, a Agência Câmara de Notícias.

 

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