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No Dia de Conscientização, iniciativa busca prevenir e combater a violência contra a pessoa idosa, em Belém

No Pará, cerca de 10% da população é idosa. Em 2021, mais de 800 denúncias de violência contra esse público foram registradas

Camila Guimarães

Nesta quarta-feira (15), Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, vários pontos de Belém receberam uma ação com o objetivo de compartilhar informações úteis para prevenir e combater diferentes tipos de agressões praticadas contra esse público. No Pará, 793.740 pessoas têm 60 anos ou mais, segundo o Sistema Único de Saúde (Data-SUS) e, conforme dados da Delegacia de Proteção à Pessoa Idosa (DPID), no ano passado, 828 denúncias de violência contra este público foram registradas.

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A ação realizada nesta quarta-feira foi promovida pelo Grupo Cynthia Charone, que desenvolve o Programa de Envelhecimento Ativo e Saudável, e promoveu a distribuição da “Cartilha de prevenção à violência contra as pessoas idosas” que orienta familiares e cuidadores profissionais de idosos a identificar e saber como agir diante de diferentes tipos de violência. O material foi produzido em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (CDDPI) da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-Pará).

“O nosso objetivo com este material não é apenas combater uma violência já instalada, mas, principalmente, prevenir. Como a expectativa de vida da população tem aumentado, mesmo com a pandemia, nós temos que trabalhar cada vez mais para que a sociedade, as famílias e o poder público fiquem atentos à pessoa idosa”, diz a presidente da CDDPI, Letícia Bitar.

A ação aconteceu em diferentes pontos da cidade, nas esquinas entre as ruas Antônio Barreto e Visconde de Souza Franco (Doca); Presidente Vargas e Rua Riachuelo; Pedro Álvares Cabral e Arthur Bernardes; e Padre Eutíquio, próximo ao shopping Pátio Belém.

Violência física não é a principal denúncia

A advogada Letícia Bitar explica que, diferente do que se possa imaginar, a violência física não é mais o principal tipo de violação à integridade da pessoa idosa no Pará. Cada vez mais, outros tipos de agressões vêm sendo registradas: “A gente vê que, pelo menos nos últimos cinco anos, a violência física não é a mais denunciada, mas sim a negligência, que é o abandono, a falta de assistência ao idoso que precisa de cuidados”.

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Letícia destaca, ainda, a violência psicológica, que provoca sofrimento emocional, isolamento, apatia, entre outros sintomas, além da violência patrimonial, “caracterizada pelo desvio de proventos do idoso, a contração de dívidas no nome do idoso, sem consentimento, e qualquer exploração imprópria dos recursos financeiros ou patrimoniais do idoso”.

Para combater qualquer prática de violência ou desrespeito ao idoso, Letícia orienta: “Toda e qualquer pessoa, mesmo que não conheça o idoso, dever de denunciar pelo Disque 100. Até mesmo casos de desrespeitos nas paradas de ônibus, é possível a pessoa tirar foto, anotar o ônibus e o máximo de informações possíveis e denunciar no Disque 100”.

image Além da violência física, é possível denunciar violência psicológica, sexual, patrimonial, abandono e negligência. (Ivan Duarte / O Liberal)

Entidades participam de plenária sobre o tema

Em ocasião pela data, a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-Pará) realizou uma plenária que reuniu diversas entidades interessadas na conscientização sobre a violência contra a pessoa idosa, entre elas: representantes do grupo Cynthia Charone, da Promotoria da Pessoa Idosa do Ministério Público do Pará (MPPA), do Conselho Municipal da Pessoa Idosa, Conselho Estadual do Idoso e algumas associações, como a Associação dos Aposentados do Pará.

Presente na plenária esteve a assistente social e participante do Programa de Envelhecimento Ativo e Saudável, Nazaré Leite, de 69, que destacou a importância da data e do envolvimento de pessoas idosas com ambientes de discussão sobre seus direitos:

“Eu acredito que a gente precisa aproveitar esses momentos de oportunidade de fala, porque ainda somos cidadãos. A gente precisa estar informado, saber qual debate que está sendo feito na sociedade sobre a pessoa idosa. Se eu ficar só em casa, eu vou me sentir isolada, fora de contexto. Por isso, é muito importante levar ao público o conhecimento sobre os nossos direitos e deveres, tomando consciência da importância de estar presente nos locais de debate”, afirma.

image As irmãs Beatriz e Nazareth encontraram, na família, uma rede de apoio e cuidado, que garante uma vida feliz e saudável (Cristino Martins / O Liberal)

Irmãs têm rede de apoio na família

Uma boa rede de proteção é ideal para a assistência da pessoa idosa. Beatriz e Nazareth White são irmãs, de 99 e 93 anos, e estão cercadas por membros da família que garantem apoio e cuidado diariamente. A rotina envolve sono tranquilo, alimentação no horário certo e companhia constante. Mary Rocha (58), aposentada, é sobrinha delas e responsável por parte do cotidiano. Ela conta que, antes da pandemia, o dia a dia era composto por atividades físicas com uma fisioterapeuta e passeios aos domingos. “Durante a pandemia foi tudo suspenso e elas ficaram muito isoladas de tudo. Aos poucos estamos tentando voltar à normalidade. Por exemplo, já estão reiniciando a fisioterapia esta semana”, diz.

O amparo faz bem para a saúde e para o bem estar das irmãs, que enxergam na família uma verdadeira fonte de apoio. “Eu me sinto muito bem com a minha rotina, (...) a família me assiste, cuida de mim, vou muito ao médico. Qualquer coisa que eu sinta, eles me ajudam”, explica Nazareth. E a rotina é motivo de felicidade. “Levo uma vida natural para uma idosa. Sou feliz, não poderia ser melhor”, destaca Beatriz.

Como denunciar

A Delegacia de Proteção à Pessoa Idosa (DPID) funciona de segunda a sexta-feira, na rua Avertano Rocha, n° 417, entre as travessas São Pedro e Padre Eutíquio, no bairro da Cidade Velha, em Belém. As denúncias também podem ser feitas pelo Disque 100 e Disque Denúncia 181, além do aplicativo de mensagens Iara (91) 98114-9181.

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