Não alimente os macacos do Bosque: Campanha alerta população para os riscos da prática
A ação durará um mês e faz parte das iniciativas da Semana do Meio Ambiente
Uma campanha para conscientizar a população a não alimentar os macacos do Bosque Rodrigues Alves, em Belém, teve início na manhã desta sexta-feira (10), pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) em parceria com a administração do espaço. A ação terá duração de um mês e tem como objetivo evitar a ingestão de alimentos irregulares pelos animais do parque. No início do mês, oito mortes da espécie Saimiri foram confirmadas. As causas seguem sendo investigadas.
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O ponto de ônibus localizado na avenida Almirante Barroso, em frente ao bosque, é considerado o mais crítico e o maior foco de atuação da organização. As pessoas que passam pela área oferecem biscoitos e coxinhas aos animais. A coordenadora do Setor de Educação Ambiental, Rosângela Costa, explica que as vendas em barracas ao redor do local fazem parte de fatores que impulsionam a alimentação indevida.
“Percebemos que, com as mortes dos macacos, as pessoas acreditam que é porque eles estão com fome. Os animais do bosque tem uma dieta específica, com frutas e proteínas”, diz.
No bosque, Rosângela destaca que já tiveram casos de macacos adoecerem por conta de comidas inadequadas e reforça os riscos da prática. “Temos uma macaca que está há bastante tempo em quarentena porque adquiriu diabetes. Temos certeza que foi devido a alimentação oferecida do lado de fora. A diabetes dela é incontrolada, toma insulina direto”, conta a coordenadora.
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As consequências causadas aos macacos com a alimentação imprópria vão desde o desenvolvimento de comportamento agressivo, transmissão de doenças, mudança de hábitos e sedentarismo até o tráfico de animais selvagens, devido ao contato direto com os humanos, os fazendo perder o medo da aproximação.
Outro problema que também pretende ser combatido com a campanha é a quantidade de resíduos que a população joga no bosque. “As pessoas acham que o entorno do bosque é lixeiro, jogam alimentos, pedaços de plástico. Os maiores prejudicados são os animais”, completa Rosângela. Por serem irracionais, os macacos mordem e engolem os pedaços de lixos encontrados, o que pode, até, levar à morte.
Atualmente, cerca de 55 indivíduos de macaco-de-cheiro são abrigados no parque e alimentados diariamente pela equipe da fauna.
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