Macacos-de-cheiro saem do Bosque Rodrigues Alves em busca de alimentos; entenda os riscos

Especialista explica que a espécie é extremamente sociável e tem o hábito de ser alimentado pelos humanos, por isso estariam migrando para fora do parque

Laís Santana
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Os macacos-de-cheiro do Bosque Rodrigues Alves têm apresentado comportamento diferente. Além de passearem pelas grades do jardim botânico, os animais saem às ruas em busca de alimento e, principalmente, de interação com a população, já que o espaço onde vivem está fechado para reforma. 

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A médica veterinária Ellen Eguchi, especialista em animais silvestres, explica que o macaco-de-cheiro é uma espécie muito social, por isso eles estariam migrando para fora do bosque em busca de contato com seres humanos, além de comida. 

“Acredito que não somente de alimentos, mas eles estão em busca de interação. São animais que tem um display visual acostumado a visitantes frequentando o parque.”

População não deve alimentar os animais

Com relação à alimentação, é possível registrar diariamente os animais sendo alimentados de forma indevida por quem passa ao redor do parque. Comidas industrializadas, doces, pipocas, coxinha, rosquinha são algumas das opções que atraem os macacos, mesmo que placas alertem para que os animais não sejam alimentados. Contudo, a regra não é obedecida. 

A especialista alerta que a alimentação indevida colabora para o desenvolvimento de doenças metabólicas. "Cárie, hipertensão, diabetes e doenças de cunho endocrinológico também”, descreve a veterinária. 

A médica veterinária reforça que o comportamento animal é uma consequência do comportamento humano, por isso a principal orientação a população é que não alimente os animais. “Eles só adquiriram esse hábito e foram passando de geração em geração porque as pessoas costumam alimentar [os macacos] dentro do parque e na calçada, assim eles aprenderam que as pessoas dão alimentos e vão atrás. Eles não têm percepção de atravessar a rua ou alguma outra coisa que possa afetar a integridade física deles”, explica. Na manhã da última terça-feira (8), o atropelamento de um macaco-de-cheiro foi registrado na esquina da avenida João Paulo II com a travessa Angustura. 

“É muito importante que a população tenha essa consciência para ajudar que não aconteça mais isso dos animais serem atropelados ou até mesmo furtados justamente por esse hábito de alimentar esses indivíduos na grade”, ressalta Ellen Eguchi. 

Atualmente, o bando de macacos-de-cheiro que reside no Bosque Rodrigues Alves é composto por 60 a 70 animais. Segundo Alexandre Mesquita, diretor do Departamento de Gestão de Áreas Especiais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), para prevenir que esses animais sejam alimentados pela população, são realizadas campanhas de educação ambiental, além da oferta de alimentos em pontos estratégicos dentro do parque.

Mesquita reforça que os animais tem sido vistos com mais frequência fora do Bosque porque estão em busca de interação com os humanos, contudo, não devem ser alimentados, sob o risco de transmissão de algumas zoonoses. 

“Os macacos são curiosos e gostam de interação com as pessoas. Como o Bosque está fechado para visita e não tem público, eles procuram interagir com a população ao redor”, acrescenta. 

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