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Julho Amarelo alerta população sobre as hepatites virais: 245 casos este ano no Pará

Em Ananindeua, Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) realiza diversos testes laboratoriais como de Hepatite B e C, de HIV e de Sífilis

Dilson Pimentel
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De janeiro a junho de 2022, foram registrados 245 casos de hepatites virais no Pará. Foram seis casos de hepatite A, 144 casos de hepatite B e 95 de hepatite C. As informações são da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). E o mês de julho é destinado ao alerta à população para as hepatites virais, associadas à cirrose hepática e ao câncer no fígado.

Campanha instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019, o “Julho Amarelo” objetiva reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle dessas doenças. O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais é lembrado em 28 de julho. E, em Ananindeua, há o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que realiza diversos testes laboratoriais como de Hepatite B e C, de HIV e de Sífilis.

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. São infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. A doença pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. Na maioria das vezes, são infecções silenciosas - ou seja, não apresentam sintomas.
Entretanto, quando presentes, elas podem se manifestar como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E. Esse último é menos comum no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.

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Avanço da infecção compromete o fígado, sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose

As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. Mas, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas desconhece ter a infecção. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado, sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante do órgão.

Em entrevista dada anteriormente à Redação Integrada, o médico hepatologista Paulo Roberto Cartagenes falou sobre o assunto. “Cuide bem do seu fígado, porque, na maioria das vezes, ele sofre calado”, alertou. “As hepatites podem cursar até sem sintomas, mas quando sintomáticas, em geral, causam febre, náuseas e vômitos frequentes, cansaço intenso, além de icterícia (pele e mucosas amareladas) e colúria (urina escura)", explicou.

Na grande maioria das vezes evoluem de forma autolimitada, ou seja, regridem espontaneamente, sem deixar sequelas, porém, algumas vezes há o desenvolvimento de formas graves, podendo ser fatais, que são as chamadas formas fulminantes. "Além disso, em alguns casos, principalmente as hepatites B e C, podem evoluir para formas crônicas, com alterações progressivas no fígado, podendo chegar ao desenvolvimento de Cirrose Hepática e até mesmo câncer no fígado”, completou Paulo Cartagenes.

A doença pode levar a pessoa a óbito, nas formas fulminantes, quando o último recurso é o transplante do fígado, e nas formas crônicas graves, por causa das complicações da doença, quando também o transplante hepático pode ser indicado. 

image As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo (Cristino Martins / O Liberal)

No Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado na avenida Cláudio Sanders, número 1656, no bairro Centro, além de realizar os testes, a pessoa também recebe acompanhamento e aconselhamento. E, nesse mês de julho a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) realiza a campanha do Julho Amarelo, focando nessa prevenção e também no tratamento das hepatites.

A partir de agora, Ananindeua já vai tratar esses pacientes que forem diagnosticados com Hepatite B e C

Para o diretor do Centro de Testagem e Aconselhamento de Ananindeua, Reginaldo Junior, a campanha é muito importante para a população e também um ganho significativo para a saúde pública. “A campanha do Julho Amarelo no município de Ananindeua é importante, para que a gente possa estar chamando a atenção da população para os cuidados e para a prevenção. Também como onde procurar os testes nas nossas Unidades Básicas de Saúde. E, no CTA de Ananindeua, para que a gente possa estar garantindo, além da testagem, o diagnóstico e também o tratamento", disse.

"A partir de agora, Ananindeua já vai tratar esses pacientes que forem diagnosticados com Hepatite B e C. Então isso é um ganho muito grande para a população do município. Para que a gente possa estar fazendo saúde pública com bastante responsabilidade e cuidando da vida das pessoas”, afirmou. Além do CTA de Ananindeua, a população também consegue fazer o acompanhamento e testagem em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS), já que as Unidades são as portas de entrada da saúde do município.

O jornalista Rodrigo Monteiro, 45 anos, descobriu ter hepatite quando foi fazer seus exames de rotina por ser hipertenso e diabético. "No exame de sangue deu uma alteração no meu fígado em uma porcentagem acima do normal. Quando fui fazer os exames mais específicos então saiu o resultado de hepatite B. O normal, quando o resultado é reagente, é de 0,5. O meu estava 1,51 - ou seja, muito acima do normal", afirmou. "Aí eu tive que cortar alguns alimentos, reduzir outros, fazer uso de medicamentos para tentar criar anticorpos. A cada três meses eu faço os exames para verificar a situação do meu fígado", afirmou. Rodrigo não teve febre e nem complicações mais graves. "Mas tive fadiga, dores nas articulações e a urina um pouco escurecida”, contou.


 

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