Incêndio no Comércio: sinistro impacta trabalhadores lojistas e ambulantes
Os prejuízos foram grandes para quem trabalha no centro comercial de Belém, principalmente nas proximidades do local do incêndio
Sete lojas do Comércio de Belém foram completamente destruídas por um incêndio de grandes proporções que ocorreu durante a madrugada desta terça-feira (22), na Rua 7 de Setembro com a 13 de Maio. Durante toda a manhã, os prejuízos foram grandes para quem trabalha e possui lojas nas proximidades do local onde o sinistro ocorreu.
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Maria Rosalinda da Costa Ferreira, que trabalha como ambulante, há muitos anos, em uma banca ao lado do local do incêndio, diz que não possui outra fonte de renda e que não sabe como irá se sustentar se a movimentação no local não voltar ao normal.
“É daqui que eu me sustento. Ainda não sou aposentada e tenho alguns problemas de saúde, daqui que ganho dinheiro para a minha casa e tiro uma quantia para os remédios que uso. E agora não sei como vai ficar a situação. Não sei quanto tempo até conseguir voltar a trabalhar aqui. Vai se tornar mais difícil ganhar dinheiro, o movimento já não está muito bom. Ainda mais com essa situação toda”, comenta.
A ambulante diz que, assim como vários outros trabalhadores, vai ter que esperar um posicionamento dos órgãos públicos para saber quais outros procedimentos ela terá que tomar a partir de agora.
“Todo dia, quando o movimento não tá bom, a gente tira pelo menos o da nossa alimentação. Mas agora que aconteceu tudo isso, a gente fica sem ação. Sem ter o que fazer. Esse espaço só vai ser liberado depois da perícia e isso vai demorar no mínimo um mês. E quando chega o final do mês, a gente tem que pagar luz, água e tudo mais, ficamos desprevenidos. Nunca imaginamos que isso ia acontecer. Se for para trabalhar por causa da falta de dinheiro, eu vou ter que voltar, colocar uma máscara por causa da fumaça e continuar o meu trabalho”, diz Maria Rosalinda.
Prejuízos à longo prazo
Há mais de seis anos à frente de um restaurante no comércio, dona Rosilene Feio ficou em choque quando soube que os estabelecimentos ao lado do seu haviam sido consumidos pelo fogo. Além disso, ela relata que não poderá retornar ao trabalho por algumas semanas.
“Eu nunca tinha passado por uma situação como essa. Todo mundo ficou muito abalado, pois nós temos todo um cuidado com as nossas coisas. Estamos aqui desde a madrugada, tiramos o botijão e todo mundo se ajudou a tirar as coisas que precisava para manter a segurança que o bombeiro pediu. A estrutura ficou um pouco abalada e tivemos prejuízos materiais. A parede está toda estalada por causa do fogo que ficou muito alto aqui. Eles vão ter que interditar tudo, porque foi bem do lado e vai passar pela avaliação para saber se posso retornar a vender”, relata.
A autônoma diz que vai demorar até se recuperar financeira e mentalmente. “Foi desesperador. Imagine acordar e ser informada sobre isso. Para nós é uma tristeza, ainda mais por saber que os amigos perderam seus imóveis. A nossa lida do dia a dia aqui, só a gente sabe o que é essa sensação de perda tão grande. Ainda não informaram muitas coisas, vai continuar interditado, passar por perícia e só depois talvez deixem a gente retornar”, conta Rosilene Feio.
Vendas afetadas
Henrique Rodrigues possui uma barraquinha onde faz a comercialização de marmitas e pratos feitos (PF) para quem frequenta o comércio todos os dias. Atuando no local há mais de 10 anos, ele lamenta a situação e diz não saber quando as vendas e a vida deles deve retornar à normalidade após o incêndio.
“Nós soubemos disso aqui (incêndio) pela televisão e corremos para cá porque ficamos preocupados com as nossas coisas e materiais de trabalho que ficam todos aqui no lado armazenados, cadeira, panelas, mesas, pratos de isopor, lonas, tudo. A gente ficou com muito medo de perder tudo, são mais de 10 anos trabalhando nesse local para perder tudo assim. Vamos ver se eles vão interditar o espaço ou se não vai correr o risco de desabamento, se não houver, vamos ter que voltar a trabalhar. Não tem como ficar no prejuízo”, explica.
Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas) comunica que mantém diálogo constante com a Prefeitura de Belém e outros órgão competentes, com o objetivo de agilizar o desenvolvimento do projeto de reorganização do centro comercial da capital paraense, já que este é o segundo incêndio de grandes proporções na região comercial de Belém em menos de 5 meses.
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