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Filtro portátil transforma água do rio em potável para moradores da ilha do Combu

O filtro remove 99,999% das bactérias presentes na água, deixando-a própria para uso

Dilson Pimentel
fonte

Trezentos moradores da ilha do Combu, nos arredores de Belém, vão receber filtros portáteis que transformam a água retirada diretamente do rio em água própria para o consumo. A tecnologia com filtro de balde já foi utilizada em diversas regiões do país, inclusive na catástrofe das enchentes do sul.

O filtro remove 99,999% das bactérias presentes na água. A segunda etapa da distribuição desses filtros portáteis na ilha do Combu ocorreu na manhã desta quinta-feira (22) e está sendo feita pela ONG Water is Life. Essa entrega irá terminar nesta sexta-feira (23), alcançando, assim, os 300 moradores.

Uma água imprópria para consumo causa diarreias e gastroenterites, afetando principalmente as crianças. Além da distribuição, a ONG repassa informações para essas famílias, para que elas aprendam a montar, usar e limpar os filtros. Aos moradores, os representantes da ONG mostraram todo o processo. A água suja fica limpa e, em seguida, pode ser consumida sem problemas.

A agricultora Rosimara Nascimento da Silva, 36 anos, nasceu e se criou na ilha do Combu. É mãe de cinco filhos. “Essa tecnologia vai nos ajudar a ter qualidade de vida. Eu vou poder dar uma água de qualidade para os meus filhos e fazer os meus afazeres sem ter aquela preocupação de que eles podem adoecer ao consumir uma água que não é qualidade”, afirmou.

Rosimara disse que a água que é para o consumo precisa ser comprada, o que gera um impacto no orçamento doméstico. “Para os afazeres é água diretamente do rio. Ponho cloro ou hipoclorito”, explicou. Rosimara fez o teste e consumiu a água limpa que saiu do filtro. “Espero que o projeto cresça ainda mais e possa alcançar mais famílias”, afirmou.

image Rosimara Nascimento da Silva mostra a água suja e, após o uso do filtro portátil, a água limpa (Foto: Ivan Duarte/O Liberal)

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“Isso aqui veio para nos ajudar”, afirmou dona de casa

A dona de casa Ana Paula Nascimento, 36 anos, também falou da importância desses filtros portáteis. “Esse investimento, apesar de pequeno, vai nos ajudar muito. Todo mundo é necessitado nessa ilha”, disse. “A gente compra um garrafão de água a R$ 12. Eu uso seis garrafões por mês. Água limpa, aqui, tem que ser comprada. Isso aqui veio pra nos ajudar”, afirmou.

Ana Paula disse que precisa muito de uma água de qualidade. “Eu tenho duas meninas especiais (de 14 e 18 anos) e não tenho a ajuda de ninguém. A dificuldade é muita, mas essa ajuda é bem-vinda”, afirmou. Também nascida no Combu, a dona de casa Joana Passos Pereira, 68 anos, disse que essa tecnologia vai ajudar bastante os moradores. É uma água limpa, né? Uma água de qualidade. Vai evitar doenças”, contou. Ela e sua família apanham água em um poço artesiano. Dona Joana também disse que entendeu a explicação dada pelos representantes da ONG: “Aprendi rápido”.

Filtro produz, em média, de 50 a 100 litros de água potável por dia

Diretor da ONG Water is Life no Brasil, Baruc Venditto disse que foram selecionadas 300 famílias mais vulneráveis, cada uma recebendo um filtro. “Mas o objetivo é, depois, alcançar as mais de três mil famílias que vivem aqui na ilha e não têm acesso à água potável”, explicou.

O kit é formado por um balde e as peças para fazer a instalação. Esse filtro, disse, retém vírus e bactérias e impurezas retidas na água. “A gente pega água diretamente do rio, coloca no balde, passa pelo filtro e a água já sai 100% para o consumo”, afirmou. A ideia é alcançar as três mil famílias antes da COP 30, que será realizada em Belém em 2025. “Não é a solução, mas ajuda, melhorando a qualidade de vida das pessoas” afirmou Baruc.

O filtro portátil de nanotecnologia possui uma membrana de ultrafiltração, que retém em 99,9% de vírus, bactérias e impurezas presentes na água. Ele produz, em média, de 50 a 100 litros de água potável por dia. Dependendo da fonte da água e da manutenção do equipamento, ele pode durar de três até cinco anos. Os moradores do Combu estão recebendo filtros portáteis em baldes, mas a tecnologia também pode ser colocada diretamente em garrafas pet.

 

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