Famílias comemoram, neste Natal, as conquistas de seus filhos graças às terapias de reabilitação

Esse trabalho é feito no CIIR, em Belém, referência na assistência de média e alta complexidade às pessoas com deficiência visual, física, auditiva e intelectual

Dilson Pimentel
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O Natal deste ano será especial para Edileusa Lopes, 38 anos, e Leonilia de Oliveira, 51, que moram no interior do Pará e são mães de crianças especiais. Elas vão poder comemorar as melhorias que seus filhos estão alcançando durante as terapias de reabilitação.

Servidora pública, Edileusa é mãe de Cecília, de 7 anos, que tem paralisia cerebral. A professora Leonilia é mãe de Caio, 5 anos, que tem Síndrome de Down. As duas crianças são atendidas no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação, em Belém. O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual.

A servidora pública Edileusa mora em Novo Repartimento, distante, de ônibus, 10 horas de Belém. Uma vez por semana ela leva Cecília para o CIIR, onde, há dois anos, ela faz fisioterapia. Antes, a criança era atendida por outros profissionais do centro. “Graças a Deus, nesses anos ela melhorou muito. Tanto a parte motora como a parte cognitiva, que, para mim, é uma das mais importantes. A atenção dela melhorou bastante, a fala, a comunicação dela, tanto com a gente como com as pessoas ao redor dela”, contou.

“Ela interage super bem com as pessoas. Ela evoluiu muito”, afirmou. A melhora seguida de Cecília é, sim, um presente de Natal para Edileusa. “A gente tem sido agraciada com essa evolução dela. Tem sido realmente de fato um presente”, contou. “Eu não sei o que seria da gente, principalmente dela, se não fosse essa evolução que ela tem tido. A gente sabe o quanto é difícil a inclusão, a reabilitação de pessoas com necessidades especiais. E ver que ela tem ganhado isso para a gente é uma satisfação enorme. E tem valido esse esforço”, afirmou.

“É cansativo estar aqui toda semana, mas cada coisa nova que ela mostra pra gente é motivo de festa e alegria pra mim e a minha família”, afirmou. Sobre o Natal, disse Edileusa: “A gente vai passar na igreja, se Deus quiser, junto com a família, com os amigos e irmãos que a gente tem por lá no nosso município”.

image O fisioterapeuta Renan Maués acompanha Cecília há um ano e meio (Thiago Gomes/O Liberal)

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A professora Leonilia Cantanhede de Oliveira é mãe de Caio que, desde os três meses, é atendido no CIIR. Eles moram em Quatipuru, no interior do Estado. Toda quarta Caio vai para o centro. Dependendo do trânsito, são mais de quatro horas de viagem. “Com a reabilitação, ele avançou muito, muito mesmo. A gente mora em uma cidade do interior e não tem esse recurso”, contou. Antes, Caio não andava. Demorou muito pra andar. “Foi um avanço muito grande. Eu fiquei muito feliz. É muito gratificante, porque é uma batalha longa”, disse.

“Esse é o melhor presente que a gente está tendo”, diz mãe de criança

Caio tem dificuldades na fala, mas consegue interagir muito bem com outras crianças e com os adultos. “E eu só tenho que agradecer aos profissionais que atendem ele, pela paciência, pelo carinho, por tudo que fazem por ele”, contou.

Ela falou de sua felicidade em, neste Natal, poder comemorar os avanços do Caio. “Esse foi o melhor presente que a gente está tendo hoje. Olha, pela idade dele, perto de outras crianças que a gente tem lá no nosso município, ele está dando um show. Ele participa de outros projetos lá. Tem um projeto dos Bombeiros Mirim. Ele é o mascote dos nossos bombeiros. Ele é bem querido lá na cidade da gente. O povo gosta muito dele”, contou Leonilia.

image Leonilia Cantanhede de Oliveira e seu filho Caio (Thiago Gomes/O Liberal)

 

O fisioterapeuta Renan Maués trabalha com a reabilitação para pacientes com diversas doenças neurológicas. “O carro-chefe aqui, que é o que eu mais atendo, o que eu mais reabilito, é a paralisia cerebral, que é o caso da Cecília. A Cecília tem outras patologias associadas, que além da paralisia, tem a microcefalia, então, isso ocasionou também essa paralisia”, disse.

Ele a acompanha há um ano e meio. “O objetivo principal é que ela consiga andar. A Cecília, quando ela chegou aqui, ela não conseguia ficar sentada, ela não conseguia ficar em pé”, disse. “E o objetivo inicial era que ela conseguisse ficar sentada. Conseguiu atingir esse objetivo, agora que ela consiga andar, ficar mais tempo em pé. Hoje em dia ela já consegue ficar em pé e, agora, está iniciando os passos. Está conseguindo andar e nós vamos conseguir”, disse. Esse trabalho é realizado em conjunto com outros profissionais do CIIR.

Caio é acompanhado pelo musicoterepeuta Valéria Fagundes e pela fonoaudióloga Iandra Tuma. Valéria atende o menino há mais de dois anos. “Quando ele entrou pra gente, ele não verbalizava, não sonorizava, não atendia comandos. E hoje ele faz bastante coisa. Ele responde bem as perguntas”, disse.

Iandra acrescentou: “A gente trabalha com bastante estímulos visuais, sonoros, que ele responde bastante bem. E a gente trabalha bastante com a linguagem mesmo dele, da comunicação. E hoje a gente vê que o Caio é bastante funcional. Ele se comunica bem com a gente.

No CIIR, as terapias são 100% voltadas a pessoas com deficiência

Bruno Cruz é coordenador assistencial da reabilitação do CIIR. “Dentro do CIIR, nós trabalhamos as quatro linhas de deficiência: física, intelectual, visual, auditiva, além dos nossos grupos de estimulação precoce. Dentro dessas linhas que são trabalhadas, a gente tem diversas terapias, como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, educação física, musicoterapia, integração sensorial”, disse.

image Caio é acompanhado pelo musicoterepeuta Valéria Fagundes e pela fonoaudióloga Iandra Tuma (Thiago Gomes/O Liberal)

“As nossas terapias são 100% voltadas a pessoas com deficiência. A gente tem a ideia de trabalhar a funcionalidade dos nossos usuários. O que a gente trabalha é como eles vão desenvolver as atividades no meio da nossa sociedade”, disse. Bruno afirmou que, no CIIR, o reabilitar é o processo maior. “Mas a inclusão é o nosso processo de paixão. A gente busca incluir essas pessoas no convívio social, incluir essas pessoas em conversas de rodas de amigo, incluir essas pessoas em passeio em shopping, incluir no cinema, incluir em diversas atividades que, muitas vezes, a pessoa com deficiência se sente excluída”, afirmou.

O maior público do CIIR são crianças até 13 anos. A maioria é de Belém ou da região metropolitana de Belém, mas também há aquelas que moram no interior. Os usuários têm acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

 

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