Entenda a importância da coleta seletiva e como ela pode transformar o meio ambiente

A coleta seletiva é uma prática essencial para a preservação ambiental e a promoção da sustentabilidade. Em Belém, a advogada Vanessa Marinho, de 41 anos, é um exemplo de cidadania ambiental. Integrante do grupo de pesquisa em meio ambiente e sustentabilidade (Gemas) e discente do Núcleo de Meio Ambiente da UFPA (Numa), Vanessa compartilha sua trajetória e práticas sustentáveis que podem inspirar outros cidadãos. Ela relata que sua conscientização ambiental começou ainda na infância, quando, na quarta série, leu um livro sobre uma gotinha que percorria um rio poluído. Na sexta série, outro livro sobre o planeta coberto de lixo reforçou essa preocupação. Durante a infância, morando no bairro Guanabara, em frente a um terreno baldio que acumulava lixo, ela se incomodava com o cheiro e a presença de animais atraídos pelos resíduos. Essas experiências a motivaram a olhar para o lixo com outros olhos, percebendo o valor dos resíduos sólidos e a importância de sua destinação correta.

A prática da coleta seletiva no dia a dia

Em sua residência, Vanessa separa os resíduos em categorias como plástico, papel, metal e vidro. Ela destaca que muitos plásticos possuem numerações que indicam sua reciclabilidade, mas essas informações nem sempre são claras ou visíveis para os consumidores. Além disso, nem todos os tipos de plástico são recicláveis, o que exige atenção na hora do descarte. A advogada acumula os materiais recicláveis e paga um profissional para transportá-los até uma cooperativa. Ela enfatiza que essa prática vai além da economia circular, sendo uma forma de economia solidária que beneficia os catadores e promove a inclusão social.

(Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

A legislação e a responsabilidade compartilhada

Como advogada, Vanessa destaca a importância da Lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Essa lei estabelece a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, comerciantes, consumidores e o poder público na gestão dos resíduos sólidos. No entanto, ela observa que muitos estados ainda carecem de regulamentações específicas, como é o caso do Pará, que possui regulamentação apenas para a logística reversa de medicamentos. A PNRS também prevê instrumentos econômicos e sociais para incentivar a coleta seletiva e a destinação adequada dos resíduos, promovendo a educação ambiental e a conscientização da população.

Educação ambiental e consumo consciente

Vanessa ressalta a importância da educação ambiental para sensibilizar as pessoas sobre a necessidade da coleta seletiva. Ela acredita que, ao deixar de comprar produtos que não são recicláveis, os consumidores podem pressionar a indústria a produzir embalagens mais sustentáveis. Além disso, destaca que práticas como a reutilização e a reciclagem contribuem para a mitigação das mudanças climáticas, promovendo um futuro mais sustentável.

(Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

O papel das cooperativas em Belém

Em Belém, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel), informa que atualmente existem 13 cooperativas que realizam a coleta seletiva em parceria com o município. O roteiro da coleta é elaborado conjuntamente entre a Sezel e as cooperativas. Além disso, em eventos de grande circulação promovidos pela Prefeitura, o trabalho dessas entidades é incorporado, promovendo renda e sustentabilidade.

A Sezel também está em processo de instalação de 1.000 papeleiras na cidade, 22 Locais de Entrega Voluntária (LEVs) e já opera o Ecoponto do Parque São Joaquim, que recebe materiais recicláveis gratuitamente e lhes dá a destinação correta. A população também recebe informações sobre a separação de lixo seco e orgânico por meio das equipes de educação ambiental da Sezel. Para mais informações sobre o descarte de materiais, lixo e entulho, a população pode acessar o site: www.prefeitura.belem.pa.gov.br.