Dois anos após incêndio, comércio de Belém ainda guarda marcas da destruição

Região atingida por fogo em loja na Rua 15 de Novembro, no centro de Belém, segue em processo lento de recuperação e reconstrução

Jamille Marques | Especial em O Liberal

Dois anos após o incêndio que atingiu uma loja na Rua 15 de Novembro, no coração do centro comercial de Belém, o cenário ainda é de ruinas. O fogo atingiu as lojas no dia 13 de abril de 2023, atingiu uma grande loja e afetou diretamente o Comércio local. Quem passa hoje pelo local vê que a região ainda vive marcas da destruição daquele dia e o local ainda não voltou a funcionar como antes.Para os que trabalham há décadas ali, como o vigilante Francisco Calixto, de 64 anos, mais conhecido como Titico, o episódio permanece muito vivo na memória. Ele é vigilante na 15 de Novembro há 32 anos e presenciou o início do incêndio. “Eu estava sentado em frente da loja. Senti um cheiro de queimado e falei para o rapaz que vendia bombons: ‘Rapaz, cheiro de queimado, parece pneu queimando’. Fui até a rua e vi fumaça saindo da parte de cima da loja. Aí corri pra avisar o pessoal.”

Francisco conta que, ao perceber o fogo, os funcionários começaram a correr, tentando salvar o que podiam e evitar a entrada de curiosos para furto. “Ficou aquela agonia danada. Os bombeiros chegaram e ajudaram a controlar as chamas. Foi muito tumulto”, relembra. Desde então, segundo ele, o prédio permaneceu por um tempo fechado com tapumes.

image Vigilante Francisco Calixto, de 64 anos (Foto: Adriano Nascimento | Especial em O Liberal)

Ele explica que apenas uma loja foi totalmente atingida, embora houvesse pontos alugados ali. Segundo ele, a Casas Bahia voltou a funcionar depois de um tempo, mas o Bradesco, que também operava na região, ainda permanece fechado. “A Casas Bahia voltou ao normal logo depois do incêndio, ela não chegou a ser atingida, mas eu lembro que os funcionários na época ficaram com medo do fogo chegar até a loja. Já o Bradesco foi atingido na parte do teto, desde então, o banco não funciona mais nesse endereço. As outras lojas, não sei se vão voltar algum dia. Algumas mudaram para outros pontos aqui mesmo pelo comércio, mas não sei se vão voltar pra cá.”

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Outro que conhece de perto a movimentação da 15 de Novembro é Benedito Morey, de 64 anos, flanelinha há 50 anos no local. Embora não estivesse presente no momento do incêndio, ele se recorda de como recebeu a notícia. “Eu tinha ido embora pra casa, estava dormindo. Minha esposa me acordou dizendo que estava pegando fogo lá na 15 de Novembro. Quando olhei na televisão, já estava passando ao vivo no jornal sobre o incêndio.”

image Benedito Morey, de 64 anos, flanelinha há 50 anos no local (Foto: Adriano Nascimento | Especial em O Liberal)

No dia seguinte, ele retornou ao trabalho e encontrou a área isolada. “O Corpo de Bombeiros não deixou a gente trabalhar. Ficamos um bom tempo com a região parada”, conta. Para Benedito, mesmo com o comércio em funcionamento atualmente, os impactos ainda são sentidos. “Graças a Deus, voltou tudo ao normal no comércio, só aqui mesmo por essa região que as lojas não voltaram para o endereço por conta do incêndio. Esse problema prejudicou muito o centro comercial na época. Muita gente ficou sem trabalhar por bastante tempo.”

image Região atingida por fogo em loja na Rua 15 de Novembro, no centro de Belém, segue em processo lento de recuperação e reconstrução (Foto: Adriano Nascimento | Especial em O Liberal)

O incêndio não só causou prejuízos materiais como também abalou o funcionamento de um dos principais polos comerciais de Belém na época. O local permanece da mesma forma que ficou após o incêndio, a reconstrução e a indefinição sobre o retorno das lojas para o endereço mostram que as cicatrizes desse desastre, mesmo dois anos depois, continuam. Principalmente na memória de muitos que trabalham pela região e recordam com tristeza o dia 13 de abril de 2023.

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