Dislexia é o distúbio mais frequente nas salas de aula; saiba como identificar
Levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Dislexia e mostra, ainda, que de 5% a 17% da população do mundo é afetada
A dislexia é o distúrbio que aparece com maior frequência entre os alunos dentro das salas de aula, conforme levantamento da Associação Brasileira de Dislexia (ABD). De 5% a 17% da população mundial é afetada pela condição, que além de ser caracterizada pelas dificuldades de aprendizado, envolvendo escrita, leitura e soletração, também está associada a fatores genéticos e, em alguns casos, questões traumáticas.
Geralmente, os primeiros sinais surgem ainda no início da infância, quando começam a falar, fase em que o processo de aprendizagem na escola está começando. O distúrbio é neurobiológico e afeta, principalmente, o ato de ler e escrever da criança. A identificação, então, passa a ser possível a partir das primeiras tentativas de registrar letras e palavras. Para que o diagnóstico seja possível, é preciso uma equipe multiprofissional (médico, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista).
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A psicopedagoga Ana Paula Santos explica que identificar a condição é importante para que o caminho de aprendizado do aluno seja adaptado, sendo necessário estar atento aos sinais. “Trocas no processo de alfabetização, trocas de fonemas na escrita, troca das letras, falta das letras na fala e na escrita também, na leitura, são os sinais mais fáceis de identificar”, destaca a especialista.
A dificuldade na sonorização, ainda, é algo a ser trabalhado para que o aluno com dislexia tenha mais facilidade ao estudar. "Trabalhando justamente a consciência fonológica, principalmente porque, como o aluno apresenta dificuldade entre fazer relação com o som das palavras das letras das vogais e consoantes, ele tem dificuldade de relacionar o som ao símbolo e aí, o que acontece dificulta o processo”, afirma Ana Paula.
A situação pode ser identificada pela família ou, muitas vezes, pela escola. "Se for pela família, devem procurar uma equipe multiprofissional para que seja feita essa avaliação. Um neuropediatra, se for criança, para fazer a avaliação neuropsicológica. Se for identificado na escola, eles encaminham esse aluno para que os pais façam os exames junto com o profissional”, diz a psicopedagoga.
Causas podem estar ligadas a traumas sofridos
Fatores genéticos e hereditários não são os únicos envolvidos quando o assunto é dislexia. A causa do distúrbio é uma alteração cromossômica, passada entre parentes, o que pode explicar a ocorrência em pessoas da mesma família. Porém, traumas sofridos também podem influenciar. “Às vezes, por um trauma no processo de aprendizagem, muitas vezes isso bloqueia a criança e causa essa dificuldade dela compreender”, finaliza Ana Paula.
Sinais de alerta
Variam de acordo com o grau da condição e podem ser mais evidentes durante a alfabetização.
Dificuldades em…
→ Ler, escrever e soletrar;
→ Entender um texto escrito;
→ Identificar fonemas, os associando às letras e reconhecendo rimas e aliterações;
→ Decorar a tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos (discalculia);
→ Troca de letras, inversão, omissão ou acréscimo de letras e sílabas (disgrafia);
→ Organização temporal e espacial e coordenação motora.
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