Dia de Santo Antônio: casal de Belém conta como foi abençoado pelo 'santo casamenteiro'
Tido como uma das figuras religiosas mais populares entre os brasileiros, o santo casamenteiro é celebrado pela Igreja Católica nesta terça-feira (13)
Considerado uma das figuras religiosas mais populares entre os brasileiros, Santo Antônio, conhecido como o “santo casamenteiro”, é celebrado pela Igreja Católica nesta terça-feira (13) em todo o mundo. Na capital paraense, a data é marcada por histórias de casamentos e uniões que, segundo os devotos, foram abençoadas pelo padroeiro, fortalecendo a fé e a tradição religiosa. A ele também é atribuído o papel milagreiro por interceder pelos pobres, viajantes e até mesmo pelos pedreiros.
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O policial militar reformado Ramon Quemel, 44, e a pedagoga Bruna Quemel, 46, são exemplos de fé em Santo Antônio, a começar pela circunstância em que se conheceram: na Paróquia São Francisco de Assis, o Capuchinhos, no Guamá, dedicada ao padroeiro. Nos conhecemos exatamente no dia 28 de abril do ano de 2000, realizando, cada uma, a Trezena de Santo Antônio. E, eu fui, na época, pagar uma promessa, já que eu passei no concurso público para PM. E eu fui agradecer e acabamos nos conhecendo”, diz Ramon.
Para o casal, que considera que nada é por acaso, a devoção os uniu ainda mais. E, com a intercessão e benção do santo, se casaram em 2004. Ramon conta, ainda, que a providência do padroeiro vai além do casamento: “Ele é um milagreiro em nossas vidas. Depois [do casamento], a Bruna teve muitos problemas para engravidar, chegou a fazer tratamento e fizemos uma promessa a Santo Antônio para que ela engravidasse. Hoje, temos nosso filho, Samir, de 12 anos, com a ajuda dele”, conta, emocionado.
Já para Bruna, o intercessor representa um sinal de força na vida dela, que já era devota bem antes do casamento. E a devoção também é compartilhada pelo filho do casal, que os acompanha nas celebrações: “Ele [o filho do casal] também vem à igreja”. “Eu perdi minha mãe justamente no dia 13 de junho [dia dedicado ao santo]. E, por isso, eu me apeguei muito a Santo Antônio. Tudo que eu pedia a ele, eu acreditava que era realizado. Até hoje, tudo que eu peço abaixo de Deus e de Nosso Senhor Jesus Cristo, ele realiza”, relata.
Frequentadores assíduos da Igreja dos Capuchinhos, Bruna e Ramon fortalecem dia após dia a crença no padroeiro - seja frequentando as Trezenas quanto nas orações diárias em casa, junto ao filho. Ramon, que também é escritor, almeja lançar um livro contando a história de vida do santo, que segundo ele, é exemplar. Ainda para o futuro, o casal pretende selar o matrimônio religioso, também, na igreja e no lugar onde a história de amor começou: “A gente tem um sonho de casar na Igreja dos Capuchinhos”, detalha Ramon.
Devoção
O Frei Raphael Hattyla, presidente da Casa do Pão de Santo Antônio dos Capuchinhos e Guardião do Convento Nossa Senhora Auxiliadora, explica que a devoção popular ao santo é baseada nos milagres operados por ele. “A intercessão do Santo é de vários modos, mas também vem com a história dos casamentos. Às vezes, muitos jovens querem casar e ter um bom matrimônio. Por vezes, não estão conseguindo. E pedem ao santo. Isso se difundiu porque alguém fez lá atrás, pediu e deu certo”, afirma o religioso.
A veneração ao santo, como explica o frei, é vista em todo o mundo e se fortalece ainda mais no Brasil. E segundo ele, para encontrar o par ideal, é necessário paciência e oração. “A primeira esfera de alguém que busca esse casamento é, justamente, a questão de recorrer a Santo Antônio, com orações e novenas. As pessoas obtêm milagres, elas transmitem as outras pessoas e a fé é algo que não tem barreiras. Santo Antônio é atrelado a várias realidades que a gente nem consegue explicar teologicamente”, conta.
História
Santo Antônio nasceu em Lisboa (Portugal), em 1191 e morreu em 13 de junho de 1231, em Pádua (Itália). Por isso, é chamado Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua, um dos santos mais populares da Igreja. Ele era conhecido por uma ótima retórica, o que o tornou um exímio pregador contra os hereges da época. Foi canonizado em apenas 11 meses depois de morrer, a canonização mais rápida da história, devido a fama de santidade já ser grande quando ainda em vida.
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