Consumo excessivo de energéticos pode causar problemas cardíacos, alerta médico
Cardiologista explica riscos da bebida para o sistema cardiovascular e orienta sobre consumo seguro

O consumo frequente de energéticos pode representar sérios riscos à saúde do coração e do sistema cardiovascular. De acordo com o médico cardiologista Antônio Monteiro, a presença de substâncias estimulantes, como cafeína, taurina e guaraná, pode levar ao aumento da pressão arterial, elevação da frequência cardíaca (taquicardia) e maior risco de arritmias. “Além disso, há evidências de que o uso crônico pode contribuir para o desenvolvimento de hipertensão e aumentar a predisposição a eventos cardiovasculares, como infarto e AVC, especialmente em indivíduos com fatores de risco preexistentes”, alerta o especialista. O perigo se torna ainda mais evidente quando casos como o do ator Rafael Zulu, 42, que precisou ser internado por quatro dias após o consumo excessivo da bebida, vêm à tona.
O médico explica que, para adultos saudáveis, a recomendação geral é não ultrapassar 400 mg de cafeína por dia, considerando todas as fontes da substância, como café, chás e refrigerantes. Como algumas latas de energético contêm entre 80 mg e 300 mg de cafeína, uma unidade pode ser segura para a maioria das pessoas, mas o excesso pode causar efeitos adversos. “Especialmente quando combinado com álcool ou atividade física intensa”, pontua Monteiro.
Idade mínima recomendada para consumo
Para crianças e adolescentes, o cardiologista reforça que o consumo não é recomendado, pois pode provocar hipertensão, arritmias, distúrbios do sono, ansiedade e dependência.
“O sistema cardiovascular e neurológico ainda está em desenvolvimento, e a alta concentração de cafeína pode causar efeitos adversos. A Academia Americana de Pediatria contraindica o consumo para menores de 12 anos e sugere que adolescentes entre 12 e 18 anos limitem a ingestão diária a no máximo 100 mg de cafeína”, explica.
Antônio Monteiro, médico cardiologista (Arquivo pessoal)
O alerta também se estende a pessoas com hipertensão, arritmias ou outras doenças cardiovasculares, que devem evitar o consumo de energéticos. “A cafeína e outros estimulantes podem agravar essas condições, aumentando a pressão arterial e desencadeando arritmias. Para quem já tem predisposição, mesmo pequenas quantidades podem representar riscos, tornando a restrição a escolha mais segura”, afirma o especialista. No entanto, ele ressalta que cada caso deve ser avaliado por um médico para determinar possíveis exceções.
Embora muitas pessoas consumam energéticos para melhorar a disposição, Monteiro destaca que não há indicação médica para o uso da bebida como estratégia de desempenho físico ou mental. “Seus efeitos são passageiros e podem levar a um ciclo de dependência. Para a maioria das pessoas, hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e um sono adequado, são opções mais seguras e eficazes para manter a disposição no dia a dia”, conclui o cardiologista.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA