Comércio tem baixa movimentação no último dia do ano em Belém
Poucas pessoas ainda procuram por roupas para as comemorações da virada. Lojistas apontam o esvaziamento nas lojas
Quem conhece o fluxo habitual de pessoas pelo Comércio, em Belém, sobretudo durante os últimos meses do ano, não reconheceria o cenário neste sábado, 31, último dia de 2022: lojas vazias, espaço nas calçadas e ruas mais livres para a passagem de veículos. A movimentação nos principais corredores do bairro da Campina, coração do comércio na capital, apresentavam um esvaziamento atípico.
Na avaliação de Ângela Silva, vendedora há mais cinco em uma loja de roupas anos na rua Santo Antônio, a baixa movimentação se deve ao fluxo de saída da cidade. Para ela, a melhor época para as vendas é o Natal. No Ano Novo, é comum não ter a mesma procura.
"Está ruim porque, geralmente, depois do Natal, o comércio dá uma quebrada, o pessoal viaja e o comércio fica deserto. Geralmente quando as portas já estão baixando é que aparecem aqueles clientes atrasados. Mas fazer o que? Tem que atender, tem que vender!", comenta.
Quem reconhece o gesto de comprar de última hora é a autônoma Mariluce Chaves, de 51 anos, que deixou para a manhã do dia da festa a compra da roupa que pretende usar no Réveillon.
"Hoje eu vim atrás de uma roupa para o Ano Novo, para mim mesma. Porque a gente deixa pra última hora mesmo e começa 'vai aqui, vai ali'. Eu ainda não encontrei, mas estou atrás. É para uma festa mesmo".
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Ela conta que nem sempre é assim, mas dessa vez acabou se atrasando mesmo para a montagem do look da virada. Uma observação feita por Mariluce é que, diferente de outros anos, as lojas estão com menos opção de roupas brancas - o que ela avalia como algo positivo, já que ela não costuma seguir a tradição de usar branco no Ano Novo: "Eu não tenho a superstição do branco. Eu estou indo atrás do verde, porque é o que eu quero, muita esperança, muita fé!".
Mariluce também diz estar achando estranha a pouca movimentação no comércio, mas soa otimista em relação a quem espera fazer vendas ainda hoje: "Estamos chegando. Nós somos os 'atrasildos'", brinca.
O contador, corretor de imóveis e empresário Marcelo Amaral, de 45 anos, diz que já conhece bem o fluxo do comércio e que já sabia que encontraria pouca concorrência pelos produtos na hora de comprar uma roupa especial para o Ano Novo na manhã deste sábado. Ele escolheu o dia para se auto presentear.
"Hoje eu vim atrás de camisa mas também acabei comprando uma calça. É para mim mesmo. Presente, não. Presente eu já dei no Natal", brinca.
Apesar de também depender de clientes para lucrar em seu empreendimento, Marcelo conta que está indo bem, mesmo com o esvaziamento da cidade. Ele explica o porquê:
"Como eu trabalho no comércio, eu posso dizer que a movimentação está menor que no Natal. Pelo menos deu para comprar com mais tranquilidade. O bom é que o movimento está grande nos hotéis, e meu restaurante é dentro de um, então, está bom".
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