Cemitério da Soledade será reaberto como parque público em janeiro de 2023
Primeira parte da obra será entregue em meio a comemorações do aniversário de 407 anos de Belém
Em obras desde o ano passado, o Cemitério da Soledade foi transformado em um parque público, e deve ter sua primeira parte entregue durante os festejos do aniversário 407 anos de Belém, no próximo dia 12 de janeiro. O projeto é resultado do Acordo de Cooperação Técnica assinado entre Governo do Pará e Prefeitura de Belém, com investimento estimado em cerca de R$ 16 milhões. O espaço deve incorporar um museu e outras ações culturais abertas ao público.
O arquiteto da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Helder Moreira, um dos responsáveis pelo acompanhamento das obras, diz que a parte civil dos trabalhos já chegou a 85% de conclusão. No entanto, o serviço minucioso e necessário da equipe de arqueologia exige a adoção de um ritmo mais cuidadoso. Moreira garante que toda a atuação segue as normas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão responsável pela aprovação do projeto que baseia toda a obra, criado em gestões anteriores pelo falecido arquiteto Paulo Chaves (1946-2021).
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"A parte do caminhamento, que dá acesso aos mausoléus, ali é tudo novo; não tinha nada, era só mato, estava tudo abandonado. Começamos a cavar e após 10 centímetros já fomos encontrando ossadas. Então, trabalhamos junto com a arqueologia, e isso precisa ter delicadeza", explica o arquiteto.
Toda a estrutura funerária está sendo restaurada em parceria com o Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação da Universidade Federal do Pará (Lacore/UFPA).
Como será a reabertura
O arquiteto afirma que a partir da entrega prevista para o início de 2023 as pessoas já poderão visitar o espaço e participar de oficinas oferecidas pelo Lacore/UFPA. "Eu diria que é a primeira vez que vai acontecer aqui no Pará esse tipo de integração", diz Helder Moreira.
Após a abertura parcial, o trabalho de restauração continuará, especialmente nos mausoléus. "O cuidado é redobrado, especialmente por causa dos mausoléus, que sofrem risco de desabamento”, pontua Rodrigo Carvalho Monteiro, encarregado de obras. “São muito antigos, e deram mais trabalho. É diferente de uma obra civil, porque lidamos com partes estruturais que vieram da Itália, Portugal. A gente não sabia muito bem como era a estrutura. Acabamos descobrindo em cima da hora que tinha metal, chumbo. Tudo muito interessante", completa.
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