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Calouros moradores da Terra Firme festejam aprovação em cima de mini trio

Idealizado pelo coletivo Tela Firme, ato buscou mostrar a força da periferia na conquista por uma vaga no ensino superior

João Thiago Dias
fonte

Calouros moradores do bairro da Terra Firme, em Belém, participaram, no fim desta tarde de terça-feira (29), de uma caminhada em comemoração à aprovação no vestibular. O trajeto contou com um mini trio elétrico, que levou os calouros pela rua São Domingos, desde a passagem Vinte e Cinco de Agosto até à ponte do canal do Tucunduba. 

O trio saiu por volta das 17h45, convidando a vizinhança para mostrar que a periferia tem força na conquista por uma vaga no ensino superior, tanto em universidades públicas como particulares. A ideia surgiu mediante o clima de alegria proporcionado pela divulgação do listão da Universidade Federal do Pará (UFPA).

A iniciativa foi do coletivo de comunicação popular Tela Firme, que busca mostrar a diversidade e a complexidade da periferia e cobra políticas públicas que ofertem serviços necessários para a dignidade de vida de sua comunidade. 

"O motivo de reunir essa galera é mostrar para a sociedade local o potencial do seu povo. E também é uma forma de resposta a essa violência intensa. O povo que manda aqui. Queremos dizer que quem vai para a universidade vai contribuir muito para criar um território bem melhor de paz", comentou Francisco Batista, membro do coletivo. 

Ana Paula Gomes (23), que passou em engenharia civil na UFPA, nasceu no bairro e se sente orgulhosa por fazer parte da calourada.

"Estou no meu último semestre de engenharia sanitária, também na UFPA, e decidi fazer enganharia civil esse ano por causa do mercado de trabalho. Moro na Terra Firme desde que nasci e é muito bom ver a nossa comunidade entrando no vestibular", comentou Ana.

Para Thalya dos Santos (19), bicaloura pela UFPA, em pedagogia, e pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), em letras língua portuguesa, ter estudado em escola pública foi uma honra.

"Grito com muita felicidade que estudei na escola Brigadeiro Fontenelle, aqui no bairro. Duvidaram da minha capacidade, mas provei que tenho meu lugar no ensino superior passando em duas instituições públicas", disse radiante Thalya.

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Belém
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