CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Blitz leva ações de conscientização sobre o autismo neste domingo na praça da República

O evento iniciou às 8h e segue até às 12h e tem como objetivo disseminar informações e ampliar o debate social sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Dilson Pimentel e Gabriel Pires
fonte

A praça da República foi palco, na manhã deste domingo (6), de uma blitz que faz parte da campanha "Autismo: onde o mês de abril é referência", promovida pelo Instituto Parceria do Bem. O evento, que começou 8 horas, teve como objetivo disseminar informações e ampliar o debate social sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), combatendo a desinformação e o preconceito.

 

A programação contou com uma blitz com informações sobre o TEA. E, ainda, com apresentações musicais de artistas regionais. Entre os convidados, o cantor Nilson Chaves. A banda da Guarda Municipal de Belém também participou do evento. A blitz integra parte das ações voltadas ao "Abril Azul". A data tem o objetivo de levar informação à população e combater a discriminação contra pessoas com TEA.

O assistente administrativo Pedro Miguel, 47 anos, acompanhou a programação. Ele estava com o filho Miguel, de 12 anos. E destacou a relevância do evento. “É sempre importante a gente estar fazendo com que as pessoas entendam um pouquinho mais sobre o que significa o espectro autista. Na verdade, é uma característica, uma forma diferente de ser”, disse. “Muitas vezes, as pessoas entendem como uma deficiência. Mas, na verdade, é só uma forma diferente de funcionamento cerebral”, afirmou. “O Miguel é um menino de 12 anos, alto, maior que eu. Ele é não verbal, ele não fala. Chegou a desenvolver no início, mas, como a gente chama, ‘reverteu’: parou de falar. Ele faz terapias, acompanhamentos, métodos de comunicação alternativo. Mas é muito difícil ainda a comunicação. Ele entende alguns comandos; outros, não”, contou Pedro Miguel.

VEJA MAIS:

image Campanhas de conscientização sobre o autismo tomam conta das Praças Batista Campos e República 
Eventos nas Praças da República e Batista Campos oferecem serviços gratuitos e informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

image Instituto Parceria do Bem promove campanha de conscientização sobre o autismo neste domingo
Campanha busca reforçar que o autismo não tem aparência definida e não é uma doença, mas sim uma condição neurodivergente

image Pedro Miguel e seu filho Miguel, de 12 anos: “É sempre importante a gente estar fazendo com que as pessoas entendam um pouquinho mais sobre o que significa o espectro autista. Na verdade, é uma forma diferente de ser” (Foto: Wagner Santana/O Liberal)

A escritora Rosângela Sales é presidente do Instituto Parceria do Bem. Ela enfatiza a importância do evento e lembra de sua própria experiência de vida. “Eu sou autista. E, depois que eu descobri o autismo, abracei essa causa, porque eu sei o que eu passei na infância e em muitos momentos da minha vida. Eu tive que estudar, entender o autismo para eu poder me compreender, me adaptar, para a socialização. O maior problema do autismo é essa questão do contato, da socialização", explicou.

Ela acrescentou: “Para chegar nesse nível que eu cheguei, de comportamento, de adaptação, foi muito tempo. Por exemplo, um barulho desse (da música ao fundo) me incomodaria, mas eu já consigo. Questão de adaptação. Rosângela Sales afirmou ainda que, se tivesse descoberto quando era mais nova, não teria sofrido muita coisa. “Eu era chamada de idiota, de burra...”, lembrou. ela, que é gastrônoma e corretora de imóveis.

image A escritora Rosângela Sales, presidente do Instituto Parceria do Bem: "Sou autista. E, depois que eu descobri o autismo, abracei essa causa, porque eu sei o que eu passei na infância e em muitos momentos da minha vida" (Foto: Wagner Santana/O Liberal)

“Uma coisa que me incomoda muito. Eu digo para as pessoas que sou autista. Daí todo mundo diz: ‘mas você não tem cara de autista’. E, até hoje, eu não sei como é a cara do autista. Há muita falta de informação. Há três níveis de autismo. Meu é grau um. Eu consigo me socializar, eu consigo me adaptar aos comportamentos, aos sons. Eu fui entendendo, até psicologia eu fiz pra entender”, contou Rosângela Sales. Por isso, destacou, o evento deste domingo tratou da conscientização. “Todo mundo que acha que o autismo é uma questão mental. Mas não é uma doença. Eu fui nos maiores neurologistas do estado do Pará. Fui em três. Fiz muitos exames, várias ressonâncias, raios X, e não apareceu nada, porque o autismo é uma questão cognitiva”, explicou.

Como identificar um autista?

Os sinais do autismo podem surgir ainda na infância.
Principais indícios:
Atraso na fala e na comunicação.
Pouco contato visual ou interação social
Repetição de palavras e frases sem contexto
Preferência por brincadeiras solitárias
Dificuldade em expressar emoções e interpretar as dos outros.
Se perceber alguns desses sinais em seu filho ou em alguém próximo, busque um especialista para avaliação.

Três níveis do autismo:

Nível 1 (leve):
Dificuldade social leve. Fala bem, mas tem desafios na comunicação e rotina. Pode precisar de pouco suporte.
Nível 2 (moderado):
Dificuldade maior na comunicação e na adaptação a mudanças. Precisa de suporte substancial
Nível 3 (severo):
Pouca ou nenhuma fala. Grande dificuldade social e comportamento. Necessita de muito suporte diário
Fonte: Instituto Parceria do Bem

 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM