Belém teve aumento de 64% em casos de dengue em 2023 comparado a 2022

Mesmo com o aumento, Belém não vive epidemia, diz Sesma. Em todo o Pará, foram mais de 4 mil casos da doença no ano passado

Camila Guimarães

Em Belém, os casos de dengue tiveram um aumento de 64,08% em 2023, em relação ao ano anterior, com um total de 402 diagnósticos da doença na capital paraense. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Em todo o estado, 4.084 registros de dengue foram feitos até dia 6 de novembro de 2023 - data do último balanço feito pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) – sendo um óbito. O cenário se dá no momento em que o Brasil registra recorde de mortes, com 1.079 óbitos no total, no último ano.

Em 2022, a Sespa confirmou, no mesmo período, 4.536 casos, com registro de 03 óbitos. Apesar do aumento na incidência da doença, a Sesma garante, em nota, que Belém não vive uma epidemia. Além disso, a secretaria informa que não houve óbito por causa de dengue na cidade nos dois últimos anos. Por outro lado, no Pará como um todo, uma pessoa morreu de dengue em 2023, e outras duas em 2022, conforme informou a Sespa.

O chefe da Divisão de Controle de Endemias da Sesma, Alberto Rodrigues, explica que o cenário de aumento na capital paraense ainda é um reflexo da pós-pandemia de covid-19, pois até 2022, muitos casos estariam passando sem ser notificados:

"O total de 402 casos no ano passado é considerado normal para o período, mas a gente espera reduzir nesse número. Em 2022, no total, foram 245 casos notificados, mas ainda havia muita subnotificação", comenta Rodrigues.

Além disso, Alberto afirma que a secretaria tem conseguido manter um bom controle da doença fora do período sazonal, do chamado inverno amazônico, que é quando os aumento da doença já é esperado. A expectativa para este ano é o reforço nas medidas de combate à dengue, diz o chefe da Divisão de Controle de Endemias:

"Com a realização de visitas domiciliares, bloqueio de casos suspeitos, educação em saúde, mobilizações sociais nos bairros de maior incidencia, que são Guamá, Jurunas e Condor. E começar a aplicação da vacina assim que elas forem mandadas pelo Ministério da Saúde, intensificando a imunização justo nesses bairros prioritários", garante Rodrigues.

A vacinação

A doença, que é considerada endêmica na região, já possui vacina incorporada ao sistema público de saúde. A decisão de que o imunizante será ofertado pelo SUS, por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI), foi tomada dia 21 de dezembro de 2023. Inclusive, com esta medida, o Brasil se tornou o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina. Contudo, ela ainda não está disponível no Pará.

A Sesma e Sespa informam que o Ministério da Saúde ainda liberou o imunizante para os estados, fazendo com que as secretarias permaneçam no aguardo por mais orientações. "Assim que mais detalhes forem repassados, serão divulgados", garante a Sesma, em nota.

Enquanto isso, caso alguém manifeste sintomas da doença, a secretaria de saúde de Belém orienta que o paciente busque atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima.

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O imunizante será distribuído para grupos e regiões prioritárias do país. A vacinação deve começar em fevereiro de 2024.

Vacina da dengue

Apesar de incluída no PNI, a vacina da dengue ainda não está sendo aplicada. Isso se deve ao fato de que o laboratório fabricante da Qdenga, Takeda, ainda tem uma capacidade restrita para o desenvolvimento das doses. Sendo assim, a primeira vacinação gratuita contra a dengue será destinada para grupos e regiões prioritárias do Brasil - que serão definidos ainda no início deste ano, segundo o Ministério da Saúde. A escolha dos públicos e regiões prioritárias será feita pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), junto com a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI).

O Laboratório Takeda informou que terá a capacidade inicial de desenvolver 5.082 milhões de doses entre os meses de fevereiro de novembro de 2024. A imunização será feita através de duas doses da vacina, com intervalo de três meses. Confira abaixo o cronograma para entrega das doses de vacina durante o ano de 2024:

  • Fevereiro: 460 mil
  • Março: 470 mil
  • Maio: 1.650 milhão
  • Agosto: 1.650 milhão
  • Setembro: 431 mil
  • Novembro: 421 mil 

 

Sintomas da dengue

O Ministério da Saúde orienta que, ao apresentar um ou mais dos sintomas abaixo, o paciente busque por atendimento médico:

  • Febre alta > 38°C;
  • Dor no corpo e articulações;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Mal estar;
  • Falta de apetite;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas no corpo.   

Fonte: Ministério da Saúde

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