'Beijato' chama atenção para caso de violência contra pessoas LGBTQIA+ em Belém
Ato foi realizado em frente a um ponto de táxi, localizado na av. Romulo Maiorana com av. José Bonifácio, local onde duas jovens foram agredidas na última quarta-feira (1)
Na tarde desta sexta-feira (3), o beijo entre mulheres foi utilizado como forma de protestos durando o "beijato", manifestação contra casos de lesbofobia organizada por movimentos sociais e amigos de duas jovens que foram agredidas em um ponto de táxi localizado na av. Romulo Maiorana com av. José Bonifácio, na última quarta-feira (1). O ato foi realizado em frente ao ponto de táxi onde foram registradas as cenas de violência, mas o local estava fechado e não haviam representantes dos taxistas para comentar o caso.
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Patrícia Gomes, representante do Coletivo Sapato Preto e Rede Nacional de Mulheres Negras e Lésbicas, explicou que a partir do momento que os movimentos sociais tomaram conhecimento do caso considerado como lesbofobia surgiu a necessidade de organizar a manifestação. "Começamos a contactar com os grupos porque nós temos uma rede de apoio para pensar nesse ato, para sairmos da invisibilidade que é isso que a gente vive, as mulheres lésbicas, as mulheres bissexuais vivem em um mar de invisibilidade e nesse momento de violência a gente precisava fazer alguma coisa", afirmou.
Além do Coletivo Sapato Preto e da Rede Nacional de Mulheres Negras e Lésbicas, também participaram da manifestação o Coletivos Juntas! Belém, o grupo Lesboamazônidas, a ONG Olívia, o movimento Roda de Sapatão e Lesbi Pará, além de amigos e familiares das vítimas.
"Era um simples afeto e esse afeto incomodou uma pessoa e gerou toda essa violência. Eu enquanto mulher lésbica senti que também não sou uma mulher livre e o que tem na constituição dizendo que a homofobia é crime não existe, estamos percebendo que precisamos gritar, lutar, para as pessoas entenderem que nós existimos e somos livres", declarou Patrícia Gomes.
Após o ato, os movimentos sociais planejam dar inicio ao ciclo de atividades dos quinze dias de ativismo da visibilidade lésbica que é celebrado em agosto mas será antecipado este ano em alusão ao caso. "Já vamos colocar em prática tudo o que já estava planejado para a produção efetiva de leis e políticas que atendam a gente", acrescentou Gomes.
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