Apresentações culturais e debates movimentam segundo dia da Feira do Livro
Evento espera reunir milhares de leitores até o dia 25 de agosto, no Hangar
A 27ª Edição da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, realizada no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia, começou neste fim de semana com a expectativa de receber milhares de leitores até o dia 25 de agosto. Além dos livros, a programação conta com peças teatrais, saraus, encontros literários e afins. Um dos grandes momentos do domingo (18), segundo dia de evento, foi o debate “A poética do imaginário amazônico nos cordões populares”, mediado por Josebel Faraes, doutora em Comunicação e Semiótica. A atriz, diretora e pesquisadora Olinda Charone e o escritor e poeta João de Jesus Paes Loureiro participaram do diálogo.
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Olinda Charone é uma das criadoras do Grupo de Teatro Cuíra, segundo ela o interesse em se tornar brincante de pássaro surgiu há 21 anos, quando se dedicou a estudar o tema. "Eu fazia teatro há 30 anos, e quando comecei a brincar com o pássaro ‘Tem Tem’, quando me apaixonei por ele, vi que eu não sabia nada daquele teatro ali, era outro tipo de dramatização. E eu vi que as crianças aprendiam essa atuação pela observação, que ali é uma comunidade emocional, e por isso me apaixonei tanto, porque eles recebem com um amor muito grande", relatou a pesquisadora.
Paes Loureiro, um dos maiores estudiosos da semiótica amazônica, falou da dignidade do trabalho do pássaro. "Antes do descobrimento tínhamos cultura, arte indígena e isso não é folclore. Folclore é aquilo que não se sabe autoria, folclore é o que foi trazido pelo colonizador. O que se tem nascido e criado aqui temos como arte popular. Por isso o pássaro junino não é folclore, porque tem origem definida, autores, não tem modelo único a ser seguido", comentou o escritor.
Na Arena das Artes, o espetáculo "Iracema Voa" atraiu a atenção do público. A apresentação teatral é conduzida pela atriz, contadora de histórias, encenadora e cantora Ester Sá, que faz uma homenagem à vida e obra de Iracema Oliveira, homenageada da feira deste ano.
A estudante de Letras Ariane Brabo, de 18 anos, passeava pelo Hangar quando viu a fila para a peça e se interessou em entrar. "Acho muito interessante que a gente não fica só entre os livros, têm outras atividades de cultura em geral, tem teatro, música. Tudo fica mais dinâmico", reconheceu.
O segurança Silvio Roberto Monteiro, de 50 anos, levou o neto, Samuel, de apenas um não para conferir a vida de Iracema Oliveira no teatro. "Ele está começando a prestar mais atenção nas coisas, cores, movimentos, então resolvi trazer ele aqui. Enquanto isso, a avó dele está na praça de alimentação com outras pessoas da nossa família que vieram. E a gente quer vir de novo em outro dia da programação", antecipou.
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