27ª Feira do Livro reúne Vozes da Amazônia no Hangar, em Belém (PA)

Evento acontece até o dia 25, das 9h às 21h, com entrada franca e um leque de atrações ao público

Eduardo Rocha
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“A gente tem sede de conhecimento, e a Feira do Livro é a prova maior de como essa sede pode ser saciada”. Essa colocação da secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, revela o cunho estratégico que a 27ª edição da Feira Pan-Amazônica do LIvro e das Multivozes ganha desde sábado (17) até o dia 25, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras, às vésperas da realização 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA), no final de 2025. Isso pelo fato de que somente por meio da união do conhecimento vindo dos livros e do saber das comunidades no dia a dia das cidades da região é possível buscar novos rumos sustentáveis para a Amazônia. Confira a seguir a entrevista concedida por Ursula Vidal aos apresentadores do programa “Tarde+Liberal”, da Rádio Liberal+, Elisa Vaz, Vanessa Araújo e Felipe Campos.

O que a gente pode esperar da programação da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes?

R - A nossa expectativa é sempre de ter uma Feira cheia de gente, de crianças, de famílias, de autores e autoras também. Os resultados da Feira do ano passado nos indicam que nós teremos uma excelente evento também este ano. O país está com um bom cenário econômico, a gente tem o CredLivro (recursos repassados para profissionais da educação pública para compra de produtos na Feira), essa é uma Feira que movimenta um volume muito grande de vendas desse produto cultural extraordinário, que é o livro. No ano passado, nós vendemos R$ 18 milhões. Isso é muito importante, porque teve um tempo que decretaram a morte do livro. Ele não só não morreu como está vivíssimo, continua sendo um produto cultural que materializa ideias, formulações.

Qual a importância  de se trazer, este ano, para a Feira o tema da sustentabilidade, às vésperas da COP30?

R - Desde que nós assumimos o Governo, em 2019, nós mudamos um pouco o conceito da Feira para incluir esse pulso identitário das oralidades. Então, ela sempre foi uma Feira de Livros e nós incluímos o conceito das Multivozes, porque nós temos vozes de povos ancestrais, originários, quilombolas, ribeirinhos, indígenas, extrativistas e povos da urbanidades amazônicas, uma juventude que fala muito por meio do hip hop, essa poética que a poéticas das ruas. Então, nós entendemos também que a Voz também tem uma conexão direta, com vasos comunicantes, com essa produção literária. Vivemos um processo gravíssimo que não é de agora, o de um modelo de desenvolvimento irresponsável com os recursos naturais. A infraestrutura mais importante das cidades, básica paras outras, é a da natureza. Então, a primeira Voz que abre a nossa Feira do Livro é a Voz do Clima, Como é que a gente vai falar de racismo ambiental e justiça climática, sobre uma periferia que precisa de investimentos para que essa urbanidade seja um direito a todas as políticas públicas? Nesse sentido, a Voz dessa meninada lá da periferia diz: ‘Olha, existe um racismo ambiental. Nós estamos na beirada, na baixada, precisamos que todo o investimento do Estado brasileiro seja um investimento que considere essas desigualdades!’. 

Qual a contribuição do evento como um todo para a cultura?

R –  A Feira é um lugar de encontros, com grupos de escolas e shows das diversas sonoridades da nossa música. Este ano, homenageamos a Iracema Oliveira (Pássaro Junino Tucano) e Antônio Juraci Siqueira (escritor e professor), pela contribuição deles à cultura amazônica. A gente entende que cultura também é prioridade, porque essa liberdade de criar, de enxergar o mundo, de formular a partir dos problemas e das maravilhas que o mundo nos apresenta, isso é a cultura que nos fornece. Vamos, este ano, amplificar as nossas Vozes e os nossos saberes, falando sobre Memória e Patrimônio. A gente tem sede de conhecimento, e a Feira do Livro é a prova maior de como essa sede pode ser saciada”. Programação da Feira em: https://feiradolivroedasmultivozes.com.br/ .

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