Apagão no Brasil: após um dia do apagão, comerciantes de Belém ainda tentam driblar prejuízos

Trabalhadores autônomos contabilizam e lamentam as perdas nos produtos

Maiza Santos / Especial para o O Liberal

Nesta terça-feira (16/08), após um dia do apagão que deixou quase todo o Brasil sem energia elétrica, comerciantes de Belém retornaram ao trabalho para tentar reaver o que foi perdido devido os prejuízos causados pelas falhas na rede elétrica e internet. 

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O manipulador artesanal de açaí, Heron Amaral Rocha, que vende o fruto na Feira da Pedreira, calcula um prejuízo causado pelo apagão no valor de R$ 600

image Jaciara de Nazaré Farias (Reprodução: Ivan Duarte)

Em toda capital paraense, muitos trabalhadores, de pequenos e grandes comércios, acabaram contabilizando perdas e estragos em seus itens comercializados. A vendedora de lanches Jaciara de Nazaré Farias, de 43 anos, possui um carrinho de lanches no bairro de Fátima, e relata que perdeu alguns ingredientes utilizados nos salgados que vende. De acordo com ela, a falta de conservação da geladeira, que não tinha energia elétrica, foi o que gerou o prejuízo que deverá demorar mais de uma semana para ser recuperado.

“Eu não pude nem trabalhar. Sem energia não se faz suco, não se faz massa, não se faz muita coisa. Demora para reaver os prejuízos pois é um dia inteiro perdido de trabalho. Por exemplo, o presunto não pode ficar muito tempo fora da geladeira, sem congelamento. Ele acabou estragando, perdi tudo. Não tem como reaproveitar, é alimento. Sem falar nos sucos, fora da geladeira, ele estraga. Ficou tudo azedo, não tem como vou vender para os clientes assim”, conta a vendedora.

Prejuízo no bolso

image Kleberson do Couto Silva (Reprodução: Ivan Duarte)

O autônomo Kleberson do Couto Silva, trabalha há mais de 13 anos em um ponto, bairro da Sacramenta, onde comercializa laranjas. De acordo com ele, o prejuízo foi grande pois várias sacas com a fruta foram perdidas, já que ele não tinha energia elétrica para o funcionamento do freezer onde elas ficam armazenadas. “Eu tive um rombo enorme no bolso, já que estragaram umas 10 sacas de laranja. Acho que nisso, eu pedi uns R$ 400 reais. Não tinha onde congelar e nem como comprar gelo”, explica. 

Durante o dia, mais de 50 pessoas passam no ponto da ‘Laranja do Negão” para comprar as frutas. Além de unidades, o autônomo costuma vender sacas inteiras, contendo cerca de 60 laranjas. De acordo com Kleberson, esses valores ainda irão demorar para serem recuperados, já que não se trata apenas das frutas estragadas, mas também das vendas que não foram feitas e que fazem uma diferença enorme no momento de quitar as despesas diárias em casa.

“Já não bastasse o problema no condicionamento da laranja, a gente ainda não conseguiu vender muito. Todo o pessoal que passava aqui pra fazer o pagamento via pix não pôde levar e geralmente esse tipo de pagamento é o mais escolhido pelo pessoal. Eu não sei bem quando vou conseguir reaver o lucro que não entrou”, relata o Kleberson.

image Kleberson do Couto Silva (Reprodução: Ivan Duarte)
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