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30ª edição do Auto do Círio oficializou o tema na manhã deste domingo (15/9), confira

Este ano o evento discute preservação da terra e valorização do feminino

Maycon Marte

Com a aproximação do mês de outubro, Belém entra no clima das festividades do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Entre as tradições que tomam as ruas, o Auto do Círio, projeto de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA) que une a arte ao sagrado, apresentou o tema oficial deste ano, neste domingo (15/9). Com o tema “Bendita és tu, Mãe Terra: Nossa Senhora de todas as lutas”, a celebração pretende chamar atenção à preservação da terra e a importância de celebrar o sagrado feminino, como explicou Inês Ribeiro, diretora geral do projeto.

Auto do Círio

“Queremos dizer que a arte também luta para que a gente mantenha o nosso planeta, o nosso povo e a nossa floresta em pé, não lincando apenas com a questão da fauna e da flora, mas dizendo também que nós temos populações, ribeirinhas, quilombolas, indígenas, que realmente protegem a terra e que precisam de proteção, de políticas públicas”, explica a diretora sobre a missão da temática deste ano. Ela ainda enfatiza que o projeto valoriza a “proteção do nosso patrimônio histórico e agora ele continua na proteção do nosso povo e da nossa terra, do nosso chão”.

Essa é a 30ª edição do evento sacramentado como a festa do Círio, onde artistas de diferentes segmentos saem pelas ruas dando vida a personagens alusivos ao tema, a festividade e a cultura local. Ribeiro reforça que neste ano, a equipe escolhida é majoritariamente composta por mulheres, como forma de valorizar devidamente o papel da mulher na celebração, encabeçadas pela imagem de Nossa Senhora de Nazaré, matriarca da cidade.

Papel social

Uma característica marcante dessa edição é a parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), para incentivar os participantes a praticarem a doação durante o evento. Além dos alunos e dos demais envolvidos na organização do evento, o público está convidado a contribuir para abastecer os bancos de sangue de Belém e ajudar a impactar mais vidas positivamente. Para a diretora geral, a iniciativa cumpre o papel de conectar as pessoas em prol de uma causa maior, presente na essência do Círio de Nazaré.

“Nós vamos ter dia 1º de outubro na Escola de Teatro e Dança doações, nossos alunos da Escola de Teatro e Dança vão estar lá doando sangue, e nós vamos ter nos ensaios uma divulgação, hoje na praça nós estamos também com a divulgação”, lembra a diretora geral, sobre o papel social do evento.

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Raízes culturais

Os que sempre participam da festa são identificados como beneméritos, ou seja, os que se dedicam a algum tempo em construir e viver a celebração. Algumas dessas figuras carimbadas relataram à reportagem de O Liberal sobre o lugar especial que o Auto passou a ocupar ao longo dos tempos. É o caso de Miguel Santa Brígida, diretor de arte e cultura na pró-reitoria de extensão da UFPA (Proex), que descreveu a festa como “um fundamento na sua vida”.

“Drama, fé e carnaval. Drama é o teatro, fé, a diversidade de fé que pratico, que essa cidade oferece, e Carnaval como uma prática cultural imensa da minha vida. E o Auto do Círio é isso, criado pela Universidade Federal do Pará há 30 anos, é o maior cortejo a céu aberto reconhecido da região norte, e que tem essa dramaticidade, tem a fé, a diversidade de fé e tem a carnavalização do cortejo. Eu posso falar da carnavalização no sentido de que a carnavalização é uma mistura de linguagens, tanto em teatro, canto, dança, como na arte popular”, afirma Santa Brígida.

Ao seu lado, Jorge Monteiro, que há anos participa dando vida a personagens durante a apresentação principal, reforça a importância do projeto na sua vida pessoal e artística, além da escolha dos personagens, que, da mesma maneira, passam pelas suas vivências. “A minha participação no auto do círio é de todo sempre, seja no elenco, nos bastidores, mas eu não escolhi só personagens, eles que me escolhem.. essa relação de escolha tem haver com o meu dia a dia”, explica.

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Belém
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