'O Vendedor da Passarela': conheça a história do homem que vende bolos há 20 anos no mesmo local

Marcos Figueiredo vende de 100 a 200 fatias de bolo de macaxeira e canjica diariamente na passarela da BR-316. A renda garante o sustento de toda a família.

Igor Wilson
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O ‘vendedor da passarela’. É assim que Marcos Pablo é conhecido por seus clientes. O morador do bairro da Guanabara, em Ananindeua, trabalha há vinte anos com a venda de fatias de bolos de macaxeira e canjica na passarela da BR-316 que fica próxima aos bairros da Guanabara e do Jaderlândia.

As duas décadas vendendo os produtos na passarela são a prova da qualidade dos bolos feitos por Marcos e sua esposa. A rotina é desgastante. Quem vê o vendedor chegando ao local no final da tarde, não imagina que seu dia de trabalho começa bem cedo.

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“Chegar na passarela com o bolo pronto é a fase final do dia. Eu acordo todo dia bem cedo pra comprar o material para produzir junto com minha esposa. Chego em casa e vamos cozinhar, depois venho pra passarela e fico até acabar os bolos”, diz o vendedor, que sustenta uma família de quatro pessoas com a renda de seu negócio.

image Muitas vezes na escuridão, Marcos segue no mesmo local há 20 anos. (Cláudio Pinheiro/O Liberal)

Quando chega em seu local de trabalho, Marcos arma sua mesa de exposição, coloca um banquinho ao lado e aguarda. Não demora muito para chegar os primeiros clientes. A maioria já o conhece. “Tenho clientes que compram todo dia, a maioria eu já conheço, eles gostam do bolo”, diz, contando logo em seguida o motivo da escolha da passarela para vender.

“Aqui é um local de passagem, lembro que foi isso que meu primo me disse quando me deu a ideia de iniciar essa venda. Eu era muito novo, estava desempregado, então acreditei na sugestão desse primo, que inclusive vende até hoje na outra passarela. Consegui pagar a faculdade de um dos filhos, ter minha casa, tudo com esse dinheiro”, conta Marcos.

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O vendedor conta que vende em média de 100 a 200 pedaços de bolo diariamente, pelo preço de R$ 3,50 a fatia de tamanho generoso. “Isso é quase uma refeição de tão grande e gostoso, sempre compro no final do dia, quando estou voltando para casa”, diz Vanessa da Silva, moradora do Jaderlândia que passa diariamente no local.

Apesar das centenas de pessoas que passam no local, a rotina de Marcos Pablo é um tanto solitária. Junto a um rádio que serve de companhia, o vendedor vai alternando entre fica de pé, sentar, ver o celular ou escutar notícias, ao mesmo tempo que anuncia o bolo e cumprimenta quem passa. Assim é há vinte anos, voltando pra casa “somente quando acaba tudo”, como gosta de destacar. 

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