‘Cozinha Popular Solidária’ alimenta famílias em situação de vulnerabilidade, em Ananindeua

Composto majoritariamente por mulheres, o projeto visa a distribuição de alimentação gratuita e de qualidade, de origem camponesa, para combater a fome, atendendo pessoas em condição de risco social

Fabyo Cruz
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Uma ação de combate à fome, criada por movimentos sociais durante a pandemia no Brasil, fornece refeições produzidas com alimentos de qualidade para pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social e em estado de insegurança alimentar e nutricional, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (RMB). No Pará, o projeto Rede de Cozinhas Populares Solidárias (RCPS), iniciativa do  Movimento Camponês Popular (MCP) Brasil, também atua em Belém, Igarapé-Açu, Salinópolis, Santa Luzia do Pará e Paragominas.

Lenina Pinheiro Aragão, 35 anos, coordenadora da Cozinha Popular Solidária Mãos de Mulheres em Ananindeua, explica que o projeto visa a distribuição de alimentação gratuita e de qualidade, de origem camponesa, para combater a fome, atendendo pessoas em condição de vulnerabilidade social. Ela diz que, além disso, funciona como um instrumento político. “A Rede de Cozinha Popular Solidária é fundamental para garantir a segurança alimentar de pessoas carentes, conscientizar sobre a situação em que elas se encontram e fortalecer a agricultura familiar e camponesa nos territórios, estreitando a relação entre campo e cidade”, declarou.

image Lançado no dia 2 de março deste ano, o projeto “Cozinha Popular Solidária Mãos de Mulheres” atende pessoas em situação de risco social, nos bairros Curuçambá, Levilândia e Paar (Divulgação)

O projeto é composto majoritariamente por mulheres, entretanto, alguns homens também contribuem diariamente com as tarefas na cozinha, conta Lenina Aragão. “O projeto é composto por 11 colaboradores fixos e outras mulheres que ajudam quando podem. Todos somos do município de Ananindeua”, disse a coordenadora.

Em Ananindeua, o projeto foi lançado no dia 2 de março deste ano, atendendo nos bairros Curuçambá, Levilândia e Paar. “Realizamos um cadastro com critérios para identificar famílias em insegurança alimentar. Atendemos também moradores de rua, principalmente na área central e no canteiro do bairro do Paar. Recebemos alimentos da agricultura familiar na sede da cozinha, onde são higienizados e preparados para a distribuição, que ocorre geralmente às quintas e sextas. Atendemos cerca de 300 famílias, oferecendo café da manhã e almoço, ou café da tarde e jantar. Frequentemente, novas pessoas se cadastram no dia da entrega”, afirmou Lenina.

A coordenadora conta que para cobrir gastos fixos como energia, gás, temperos, marmitas, toucas, entre outros, os voluntários organizam a ação “Caldo Solidário”, na sede da cozinha, para arrecadar fundos. Eles também oferecem cestas camponesas para presente ou consumo próprio, além de camisetas e bonés da cozinha e do movimento MCP. As doações podem ser feitas entrando em contato pelo telefone (91) 98448-8445. As atividades são divulgadas diariamente  nas redes sociais: @mcp_para (Instagram).


Rede de Cozinhas Populares Solidárias


Ao todo, são 69 agricultores e agricultoras que fornecem aproximadamente 83 toneladas de alimentos, como frutas, hortaliças, abobrinha, alface, banana, batata, maxixe, entre outros itens. Esses produtos auxiliam cerca de 950 pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, que são atendidas na Rede Popular de Cozinhas Solidárias, no período de seis meses, o que somará mais de 90 mil refeições distribuídas. 

A importância das Cozinhas Populares foi tão significativa que o governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), criou a modalidade de Compra com Doação Simultânea (CDS) no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para Cozinhas Solidárias, como medida emergencial, depois o Plano Nacional de Cozinhas Solidárias.

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