Desejo de Natal para Ananindeua
Este texto, hoje, era para ser sobre dicas de lugares para visitar após a ceia de Natal. Afinal, qual o propósito de se arrumar para ficar na sala? Mas indo na contramão desta coluna, que sempre incentiva passeios, turismo, bares e restaurantes em Ananindeua, e depois de repensar sobre o grande desafio que foi viver mais um ano de pandemia, resolvi escrever sobre aproveitar o Natal com a família, ou com quem você ama.
Eu sempre fui uma viajante. Mas durante tanto tempo de viagens, só passei uma única vez o Natal longe de casa, em 2018, quando fui na formatura da minha amiga da escola militar, Juliana. Minha primeira viagem sozinha foi aos 16 anos, para o Rio Grande do Sul, quando fui encontrar a minha amiga – que também era da escola militar – Gisah. Hoje, 13 anos depois, posso dizer que o maior aprendizado desta e de todas as outras viagens que fiz está relacionado com minhas companhias e estar com quem eu amo. E a maior prova de amor é poder dizer “conheci um lugar novo e um dia você precisa ir lá comigo”. E acho que o Natal tem um pouco disso. Estar com quem se ama. Sonhar junto com quem amamos.
Neste ano, graças ao avanço da vacinação contra a covid-19, visitamos vários lugares aqui em Ananindeua. Descobrimos juntos espaços que antes achávamos que só existiam em Belém. Ouvi muitas vezes de amigos e pessoas que leram esta coluna “que lugar legal, não acredito que fica em Ananindeua”. Mas existe vida, sim, em Ananindeua. Existem pessoas interessadas em promover lazer e cultura e existe público para consumir. E aqui vai mais um aprendizado que tive durante esses tantos anos, na estrada, e que foi muito bem traduzido em Medianeras: “um jeito de redescobrir a cidade e as pessoas é procurar a beleza mesmo onde ela não existe", porque todo lugar merece uma chance.
Mas hoje, neste dia, desejo que cada um que acompanhou esta coluna ao longo do ano, esteja com quem ama. Este não será um Natal fácil, porque infelizmente, muitos dos nossos amores partiram durante a pandemia. Muitas famílias terão menos acesso a uma ceia farta, comparada a outras, ou sequer terão uma ceia. Mas precisamos seguir. E compartilhar.
Meu desejo de Natal é que possamos, cada vez mais, viajar com nossos amores. Redescobrir a cidade com quem amamos. Valorizar a nossa cultura e entendermos quem somos para o mundo, um estado no coração da Amazônia com grande potencial sociocultural. Portanto, existe vida após a ceia, e durante o ano inteiro, mas neste hoje, vamos ficar em casa. Feliz Natal!
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