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Homem é diagnosticado com câncer de mama após sentir caroço no peito crescer: 'Nunca imaginei'

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a população masculina representa o total de 1% dos casos de câncer de mama

Beatriz Rodrigues
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Carlos Roberto de Oliveira, de 70 anos, relatou que descobriu ter câncer de mama após perceber um caroço em seu peito, que não o incomodava inicialmente, crescer e começar a doer e ficar vermelho. “Fui ao médico, fiz uma mamografia e biópsia, mas não esperava sair com o diagnóstico de câncer de mama”, contou ele.

O idoso foi diagnosticado em 2020 com a doença, que, apesar de rara em homens, não é isolada. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a população masculina representa o total de 1% dos casos de câncer de mama.

Em Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde o homem mora, foram relatados quatro casos entre 2023 e 2024, segundo dados da Secretaria de Saúde encontrados nas Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).

image Hoje curado da enfermidade, Carlos Roberto fala sobre a importância de os homens não ignorarem os sinais dados pelo corpo e procurarem cuidar da saúde (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

Hoje curado da enfermidade, Carlos Roberto fala sobre a importância de os homens não ignorarem os sinais dados pelo corpo e procurarem cuidar da saúde.

“Qualquer carocinho que aparece no seu corpo, você tem que tem que olhar e correr atrás. Tem que ir ao médico, porque eu nunca imaginava ter câncer de mama. As pessoas precisam se cuidar mais”, destaca.

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A campanha de conscientização destaca a importância da prevenção e diagnóstico precoce da doença

Diagnosticado em meio à pandemia de covid-19, o aposentado afirmou que ficou com medo de morrer. “Quando estava internado em março para a retirada da mama no lado direito, meu médico falou que a primeira pessoa tinha morrido por covid-19. Nessa hora, fiquei com muito medo de ir embora desse mundo”, disse.

Para tratar a doença, Carlos passou por cirurgia, quimioterapia e radioterapia, e atualmente realiza exames periódicos. Embora curado, Carlos ainda enfrenta algumas sequelas, como a retenção de líquidos no braço, que incha muito devido à remoção de nódulos linfáticos durante a cirurgia, realizada por causa de uma metástase na axila.

Diagnóstico precoce

Um fator determinante para alcançar maiores chances de cura da doença é o diagnóstico precoce. Segundo a médica Christiane Maria Meurer Alves, que acompanhou o caso de Carlos Roberto, os homens devem ficar atentos a quaisquer sinais de alteração na região das mamas, uma vez que embora não tenham mamas desenvolvidas, eles possuem tecido mamário, ainda que plano e pequeno, e podem desenvolver a doença.

“Nos homens, o câncer de mama pode ser detectado em estágios iniciais, o que garante uma chance de cura de até 95%”, afirma a médica.

Sintomas e sinais da doença em homens

Segundo o Inca, o câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos.

Os principais sinais do câncer de mama em homens, segundo a oncologista Christiane Alves, incluem:

  • nódulo ou massa na mama;
  • alterações na pele da mama;
  • secreção ou sangramento no mamilo;
  • alteração de forma ou posição do mamilo;
  • aumento dos linfonodos (caroço) na região da axila.

O tratamento do câncer de mama em homens inclui as mesmas armas do câncer de mama feminino: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia.

Fatores de risco

O câncer de mama não tem uma causa única, mas diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença. Em homens, alguns deles são:

  • idade;
  • história familiar de câncer de mama ou mutações dos genes BRCA 1 e BRCA 2;
  • mutações nos genes CHEK2, PTEN e PALB2
  • homens com síndrome de Klinefelter (doença congênita) têm maior probabilidade de desenvolver câncer de mama do que outros homens. Essa condição pode aumentar o risco entre 20 e 60 vezes o risco de um homem na população em geral;
  • radiação na área da mama;
  • alcoolismo;
  • algumas doenças hepáticas como cirrose; obesidade; tratamento com estrógenos

(*Beatriz Rodrigues, estagiária sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de Oliberal.com)

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