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Estudo da USP propõe terapia mediada pelos pais para crianças autistas

O processo de terapia para crianças com TEA pode ser essencial para elas desenvolverem autonomia e capacidade de comunicação. No Brasil, o acesso a esse tipo de tratamento é limitado

Beatriz Rodrigues
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A terapia pode ser essencial para garantir que crianças dentro do transtorno do espectro autista (TEA) desenvolvam autonomia e capacidade de comunicação. No Brasil, no entanto, o acesso a esse tipo de tratamento é limitado devido a disparidades regionais e carência de profissionais capacitados.

Pensando nisso, a psicóloga e pesquisadora Elizabeth Shephard iniciou um estudo, em um dos institutos da Universidade de São Paulo (USP), que propõe uma nova abordagem para melhora desse cenário: a terapia de comunicação pediátrica para autismo, também conhecida como PACT (paediatric autism communication therapy).

Esta terapia, já adotada no sistema de saúde do Reino Unido, se trata de um processo mediado pelos pais, com apoio de um especialista, com enfoque na comunicação e interação, a partir dos interesses da criança. Estudos mostraram que este tipo de tratamento melhorou significativamente a comunicação social das crianças e o bem-estar das famílias, com os efeitos persistindo após seis anos.

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Mas como funciona a PACT na prática?

O processo se inicia com uma análise de um vídeo da criança brincando livremente com o responsável. O terapeuta habilitado na PACT usa o vídeo para mostrar aos pais os aspectos positivos daquela interação, reforçando os comportamentos benéficos para o desenvolvimento da comunicação. Um comportamento que costuma ser encorajado, por exemplo, é o de fazer comentários em vez de perguntas.

Segundo Sherpard, o uso de muitas perguntas coloca demandas no processamento de linguagem da criança autista.

"Isso é muito estressante para a criança, até mesmo uma sobrecarga para ela. Então ajudamos os adultos a fazer menos perguntas e mais comentários. O importante é usar linguagem simples relacionada ao foco de interesse da criança e reforçar aquilo que ela quer comunicar", afirma a pesquisadora.

Em edição recente da revista Autism, Shephard e sua aluna de doutorado, Priscilla Godoy, descreveram que os pais brasileiros relataram uma maior compreensão das necessidades de seus filhos e uma melhoria na comunicação social das crianças após a realização da PACT. A terapia, mediada por eles, permitia que as interações ocorressem em um ambiente familiar, promovendo uma abordagem mais natural e menos estruturada que as terapias tradicionais, como a ABA (Applied Behavior Analysis), Análise do Comportamento Aplicada, em português.

(*Beatriz Rodrigues, estagiária sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de OLiberal.com)

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