Viúva pediu ajuda ao marido preso pelo 8 de janeiro que morreu na cadeia: 'apresentei laudo'
Dias antes de morrer de infarto fulminante durante o banho de sol, Cleriston Pereira da Cunha relatou dores no peito à esposa, segundo a mulher
A viúva de Cleriston Pereira da Cunha, que estava preso pelos ataques de 8 de janeiro em Brasília e morreu nesta segunda-feira (20) de infarto fulminante durante banho de sol na cadeia, afirma que avisou as autoridades que o marido estava enfrentado problemas de saúde e pediu ajuda. “Sempre relatava sobre a saúde dele. Nada foi ouvido, nada foi visto, nada”, disse Jane Duarte, de 45 anos, em entrevista ao portal Metrópoles. “Hoje eu me encontro viúva. E os nossos sonhos, quem vai realizar nossos sonhos?”, continuou a mulher.
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Segundo ela, dias antes morrer, Cleriston Pereira da Cunha se queixou de dor no peito. Ele estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) II do Distrito Federal, no Complexo Penitenciário da Papuda. “Eu pedia por socorro”, afirma a mulher. Ela conta que levava os remédios para o marido, que passava mal com frequência. “Eu avisei, dei atestado médico, laudo. Eu falava: ‘Gente, pelo amor de Deus”.
Os dois estavam casados há 25 anos. Um dos laudos apresentados pela viúva, com data de julho, que o portal Metrópoles teve acesso, informa que sem o devido tratamento Cleriston corria risco de morte.
Jane afirma que o marido tomava nove medicamentos por dia. Em setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) chegou a emitir um parecer favorável à liberdade provisória do detento, porém, a manifestação não foi apreciada a tempo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A família acredita que houve omissão do Estado na forma com que Cleriston foi tratado. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), o óbito ocorreu na manhã dessa segunda, por volta das 9h. Em nota, o órgão afirmou ainda que o preso era acompanhado por uma equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde (UBS) da prisão desde a entrada no complexo, em 9 de janeiro último.